“Cadê o Amarildo” Todos os dias 82 jovens são mortos no Brasil segundo dados da campanha “jovem negro vivo”, pessoas questionam-se onde estão seus entes queridos e permanecem sem resposta. De fato, buscar explicação para o crime é complexo, uma primeira prerrogativa seria a do determinismo biológico, onde até as expressões faciais seriam rotuladas, mas apenas com Durkheim o crime passou a ser visto como fenômeno social manifestado por meio dos fatos sociais e em todas as sociedades. Efetivamente, crimes são normais em sociedades, no entanto, quando passam a se manifestar de forma endêmica como no Brasil, é visto como uma anomia em que as integrações sociais estão enfraquecidas ou até mesmo inviabilizadas. Em primeiro lugar, é importante destacar o processo de segregação socioespacial como fomentador da violência. Isto é, a partir do momento em que os cortiços foram abaixo e as pessoas subiram os morros, a ausência do Estado foi decisiva na instalação de organizações criminosas que desempenhavam o papel do governo naquele local, colaborando para um forte processo de estigmatização desses locais até os dias atuais. Outro fator importante na manutenção da violência no Brasil é a tentativa de resolver apenas as consequências e não a causa dos problemas. Neste caso, até mesmo a violência é usada para trata-lá, pois no Brasil há um fetichismo por armas e por leis que de certa forma desrespeitam os Direitos Humanos, ou seja, são ações que visam apenas em tratar uma consequência, como um roubo por meio de linchamentos , ao invés de investir em educação , cultura e lazer que evitariam tal situação. Fica evidente, portanto, que o Brasil vive desde muito tempo um período de desarmonia social que cada vez mais está ligada a discursos extremistas e relacionado a violência. Diante disso, faz-se necessário do governo passar a investir mais em educação aliando a ela as artes e a pesquisa cientifica através de inclusões nas grades curriculares, assim como passar a oferecer escola em tempo integral para a maioria da população; além disso cabe as Ongs fiscalizarem e divulgarem, sobretudo, em mídias alternativas dados referente a crimes a fim de cobrar uma resposta das autoridades e conscientizar a sociedade contra a banalização da violência tanto civil como militar, desse modo, não deixando calor o “ cadê o Amarildo” das ruas.