Pobreza. Jovens marginalizados. Tráfico. Dinheiro fácil. Drogas. Assaltos. Polícia mal paga. Corrupção. Justiça falida. Processo lento. Bandido solto. São inúmeros os fatores que desencadeiam a criminalidade, formando um círculo vicioso, na qual o bom cidadão paga o preço, sofrendo com roubos, sequestros, homicídios, assassinatos e sendo obrigados a conviver com a insegurança 24 horas por dia. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 72% dos bandidos presos residiam nas periferias e destes, 88% não concluíram o ensino fundamental, o que leva a concluir que a falta de educação, de oportunidades, e a miséria, contribuem para a violência. Os dados acima não surpreendem, afinal de contas, em favelas geralmente, os traficantes, por exemplo, dominam, ganham muito dinheiro, aliciam crianças e adolescentes, pagando à estes quantias que dificilmente ganhariam quando jovens, e sendo assim, preferem traficar a estudar ou trabalhar. Para combater tal cenário, policiais civis e militares arriscam suas vidas diariamente nas periferias em busca dos chefões do tráfico ou em centros urbanos na caça aos bandidos. Porém, o estímulo para combatê-los é baixo, são mal remunerados, recebem ameaças constantemente, estão com armamentos precários e limitados, não possuem respaldo do judiciário, o que os leva à corrupção, não por falta de caráter, mas sim para continuarem vivos, sustentando a família. Desta forma acabam aceitando propinas dos traficantes para não estourarem a "boca", pegam dinheiro que o ladrão roubou e solta-o em seguida, e, quando fazem cumprir a lei, prendendo o bandido e levando-o à cadeia, se deparam com uma justiça lenta, burocrática, com leis divergentes, sistema carcerário falido e superlotado, e que na maioria das vezes, o bandido outrora preso, em poucas horas está nas ruas novamente. Isso tudo desmotiva o policial no cumprimento do seu dever, que cansa de lutar contra um sistema que deveria favorecê-lo ao invés do bandido. É necessário que o governo, portanto, inicialmente, remunere adequadamente os profissionais da segurança pública em função do risco que correm e da importância do trabalho que desempenham. Seria interessante também obrigar o detento a trabalhar nos presídios como forma de autossustentar-se e retirar do ordenamento jurídico o benefício financeiro que recebem quando estão presos e reverter tal quantia para custear o aumento salarial dos policiais. Além disso, é vital que seja atualizado, revisto e alterado o código Penal e o Processual Penal para tornar o trabalho do judiciário mais célere e eficaz, protegendo o cidadão do bem e punindo o bandido. E assim, fazer valer o slogan do Brasil, tornando-o um país de todos e não para poucos.