O Brasil sempre foi um país com um índice de criminalidade considerado alto em relação a outros países desenvolvidos (ou até mesmo emergentes). Mesmo assim, nossos problemas vêm se agravando cada vez mais nestes últimos anos, ainda mais se levarmos em conta o evento de âmbito mundial que iremos sediar, a Olimpíada de 2016. Essa insegurança social que a população está sentindo, na verdade, é culpa da má gestão política de nossos administradores públicos, juristas e de nosso sistema carcerário. Pressuposto disso, qual grande erro sócio econômico temos em nosso país, considerando a atual situação catastrófica de criminalidades que sofremos? E mesmo se isto fosse resolvido, haveria então uma situação de mutualidade efetiva entre nossos arranjos sociais e nossas prisões? Em primeiro lugar, devemos fazer uma alusão histórica ao nosso passado e compreender que a existência de favelas e regiões menos desenvolvidas é fruto de uma má gestão social, que acarretou numa irresponsável tomada de terras por parte das pessoas desamparadas pelo Estado elitista e preconceituoso da época. Esse feito acabou gerando, em longo prazo, certa cultura criminosa, pois o governo não colocou nenhuma proposta efetiva para tentar integrar aqueles cidadãos à nossa sociedade, havendo assim um avanço nos mercados negros não regulamentados e nos tráficos de droga. Isso formou um “cartel” de bandidos e grupos que controlavam os morros e acabavam, indiretamente, trazendo a violência para as partes mais amparadas da sociedade. Em segundo lugar, os problemas com a marginalidade não acabam nas favelas, e sim continuam até dentro das prisões, que nos dias em que vivemos se tornaram uma “academia de bandidos”. Dentro das mesmas, as pessoas que a adentram por crimes menores acabam sendo influenciadas por grandes traficantes, que lhes mostram a maneira mais “substancial” para alcançarem seus objetivos dentro de uma vida criminosa, ou seja, são ensinados os passos cruciais para se tornarem verdadeiros bandidos. Isso se deve ao fato de termos um estado que tenta minimizar problemas como esse, e acabam -por má gestão- colocando cada vez mais presos em condições desumanas, gerando ódio por parte dos mesmos que refletem isto de maneira indireta para a sociedade. Sendo assim, resolver rapidamente as mazelas resultantes de uma péssima resolução política existente em nosso país é praticamente impossível. O Governo Federal em conjunto com órgãos como Os Direitos Humanos deveriam, em curto prazo, elaborar projetos para reformar os presídios e locações que abrigam os presos, dando aos mesmos condições ideias para que paguem suas penas e voltem preparados para uma sociedade mais abrangente e economicamente acirrada. Em longo prazo, é necessário que os mesmos agentes minimizem os efeitos dos tráficos e da criminalidade nas favelas por parte de uma reformulação de leis (para que se tornem mais efetivas e integralistas) e um aumento gradual no salário e nas condições de trabalho daqueles que nos protegem, os policiais e agentes de segurança.