A Paz Perdida Antigamente, até por volta dos anos 50, a segurança reinava nas sociedades brasileiras. Os moradores podiam andar pelas ruas durante a noite sem preocupação ou deixarem suas casas abertas. Este, porém, é o sonho da geração atual que, diferente da anterior, está mais propensa à violência. Essa mazela social aumenta a cada ano e está ligada a falhas em outros setores, considerados essenciais para a sociedade. Essas falhas também tem um caráter histórico devido ao processo de urbanização brasileiro. Vale ressaltar que a base de toda a nação é o sistema educacional e quando esse pilar encontra-se deteriorado, todo o resto vem à ruína. Devido ao baixo nível de escolaridade da população, grande parte mostra-se em situação de miséria e acha como saída mais fácil a criminalidade. As crianças crescem em um ambiente hostil e sonham melhorar a vida de suas famílias. Segundo Rousseau, “o indivíduo nasce bom e a sociedade o corrompe”. É válido lembrar a falha do Estado, também, no setor de segurança pública, onde a formação de policiais é precária e gera profissionais desqualificados, incapazes de garantir a tranquilidade do povo. O governo encontra dificuldades em manter a segurança nas grandes cidades devido ao grande número de pessoas concentradas relacionado ao processo errôneo de urbanização. Esse modo de habitar foi seguido pelos países subdesenvolvidos que não espalha a riqueza e população pelo país. Convém salientar que essa má estruturação estende-se ao setor prisional. O Brasil detém uma das maiores aglomerações carcerárias do mundo, onde seus detentos agrupam-se em presídios superlotados, sem nenhuma divisão por crime cometido em condições desumanas. Como escreveu Karl Marx, “o homem é produto do meio”, e assim o cidadão retorna à sociedade praticando crimes mais bárbaros. Fica claro, portanto, que a segurança pública brasileira localiza-se na UTI e só haverá uma recuperação quando o Estado reestruturar o sistema educacional e prisional, mas também distribuir as indústrias pelo território nacional afim de aliviar os grandes centros urbanos. Cabe à população lutar por essas melhorias sociais. Pedidos, estes, reivindicados desde o Barroco nos sermões do Padre José de Anchieta. Desse modo a população conseguirá atingir ao sossego perdido e evitará uma "guerra de todos contra todos" segundo Tomas Hobbes.