Título da redação:

A falência no sistema público de segurança no Brasil

Proposta: A violência urbana e a falência do sistema público de segurança no Brasil

Redação enviada em 28/10/2016

No Brasil, segurança pública está entre as três maiores promessas feitas por políticos em período eleitoral, no entanto, o país vive o ápice de sua maior crise no sistema público de segurança. Temos a segunda maior população carcerária do planeta, tendo em sua grande maioria, jovens negros, e de baixa escolaridade, o que caracteriza um certo seletísmo no sistema prisional. Os jovens de periferia vivem às margens do Estado, sem educação de qualidade, sem acesso a lazer, ao esporte e a cultura, desta maneira, acabam sendo “sequestrados” pelo crime, e encontram nele meios de subsistência e destaque social. Em 2015, uma pessoa foi assassinada a cada nove minutos, foram cerca de 160 pessoas, violentamente e intencionalmente assassinadas por dia, revelou o 10 anuário brasileiro de segurança pública. Estamos vivendo um verdadeiro “estado de guerra”. Entre janeiro de 2011 e dezembro de 2015, o número de mortos no Brasil, foi maior do que o número de mortos na guerra da Síria. Uma pesquisa do IPEA, encomendada pelo CNJ – Conselho Nacional de Justiça, demonstra que a cada quatro condenados, um reincide no crime. Uma outra informação,, não menos importante, revelou que o número de presos dobrou em 10 anos, passando dos 600 mil, foi o que demonstrou um levantamento feito pelo portal G1. O sistema prisional vive um colapso, pessoas que deveriam cumprir suas penas, para serem reinseridos na sociedade, vivem em verdadeiras “masmorras medievais”, tratados em condições sub-humanas, em celas superlotas, o que vem ocasionando um grande número de rebeliões e fugas nos presídios brasileiro. Paralelo a tudo isso, os jovens são as maiores vítimas. Sem a presença dos aparatos do estado, a proximidade com a criminalidades passa a ser bem estreita, permitindo com que seus heróis e ídolos sejam grandes criminosos, que os recrutam a diário, levando-os do céu ao inferno, tornando-os reféns das drogas, e de um certo “prestigio” na comunidade onde vivem. No entanto, ainda que estejamos vivendo o auge da criminalidade, isso não nos é novo, foram muitas promessas para poucos esforços dedicados ao combate da criminalidade. Outro fator que de longe vem sendo ignorado, são as precárias condições do sistema prisional. Não há que se negar que estamos perdendo nossos jovens para o crime, que está intrinsecamente ligado as drogas. É necessário agir em vária frentes, unindo esforços do governo federal, dos governos estaduais, com atuação direta dos ministérios da defesa, da justiça, do esporte, da educação e da cultura, bem como as respectivas secretárias estaduais. Trabalhando na elaboração e aplicação de projetos de reinserção de presos na sociedade, através de parcerias público-privada. Por outro lado, é importante fortalecer nossas fronteiras, diminuindo substancialmente o tráfico de drogas. Ainda na segurança, é de maior relevância a formação e reciclagem dos soldados e agentes da polícia civil e militar, além de equipá-los, não só para combater o crime, como também para preveni-lo. No entanto, essa guerra só será vencida se dedicarmos todos os esforços para fazer o Brasil ser um país mais justo, aonde o acesso à educação, lazer e cultura não sejam mérito de aluns privilegiados. Como bem disse Kant, “O homem é o que a educação faz dele”.