É notável o crescimento das taxas de criminalidade a se refletirem no cotidiano da população. No que se refere ao tema, é possível afirmar que a violência urbana é um problema latente a toda sociedade e que, portanto, deve ser resolvido. Dentre as causas que trazem ressonância ao problema, destacam-se a corruptividade do sistema de segurança e a precariedade da educação. Primeiramente, deve-se entender a situação de degradação em que se encontra o sistema de segurança: a força policial é, de certo modo, superada pela criminalidade, acentuando-se a questão da violência. Além disso, são comuns situações abusivas de policiais que usam a autoridade ao seu favor ou até recebem propina para colaborar com o crime. O mesmo fator pode ser observado no sistema penitenciário, onde os agentes, na inabilidade de lidar com situações como a superlotação, são superados e tornam-se subordinados ao crime. Outrossim, o problema tem suas raízes na educação. Os órgãos de ensino público são, em sua maioria, ineficientes e falham em formar indivíduos. Ao oferecer-se uma educação precária, os jovens não são apropriadamente capacitados para o mercado de trabalho, ou nem mesmo para o convívio na sociedade. Dessa forma, em um ambiente já marcado pela criminalidade, estes jovens estarão mais propícios a serem arrastados às margens da sociedade do que conviver dentro dela. Como diria Paulo Freire, se a educação não pode mudar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda. Torna-se evidente, portanto, a relação do aumento da criminalidade com as causas apresentadas. Cabe ao Estado reformular o sistema público de segurança em favor de torná-lo próprio e eficiente. Cabe, também, aos órgãos de ensino e ao conselho tutelar assegurar os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, fazendo-se valer suas respectivas competências de educar e proteger os jovens, garantindo-lhes, assim, um futuro digno e livre da violência.