O Brasil constitui-se de múltiplas faces no tocante às suas identidades regionais. Ademais, configura-se em variadas matrizes étnicas: africana, asiática, indígena e europeia. Haja vista essa diversidade, assegurá-la é de suma importância considerando-se um mundo globalizado, que contribui para a massificação da cultura. A sobreposição cultural, no Brasil, pode ser observada na imposição colonial portuguesa e repressão às práticas africanas no governo Vargas. Desse modo, essa herança histórica transcende administrações públicas e marca a atualidade, e, como exemplo, somente 36% dos municípios brasileiros apresentam conselhos culturais, consoante o IBGE. Outrossim, políticas neoliberais do final do século XX intensificaram o processo de globalização – interação mundial de informações e pessoas –, que auxilia a padronização internacional, porquanto intensifica a presença cotidiana de cultura estrangeira. Por conseguinte, grande parcela populacional está sujeita ao decaimento de raízes nacionais e predomínio de elementos externos. A valorização de fundamentos nacionais, entretanto, não condiz com o isolamento do país. Tendo em vista os princípios tropicalistas e modernistas (antropofágicos), a incorporação de noções externas caracteriza-se como importante, visto que atualiza a cultura nacional e realça seus aspectos centrais. Posto que exista uma tendência global de integração, a conservação total de fundamentos brasileiros é inconcebível, pois a influência determina uma constante modificadora; a valorização, destarte, é matéria primária de discussão social. Em virtude dos fatos apresentados, depreende-se que a cultura nacional necessita de maior reconhecimento. Portanto, a grande mídia (rádio, televisão e jornal) deve focar em aspectos brasileiros como as práticas regionais, destinando espaços específicos para isso: programas, artigos, matérias e entrevistas. Ademais, associação de moradores e grêmios estudantis devem expandir noções culturais (multiplicidade de figuras) em seus ambientes de ação e com ferramentas amplas: bibliotecas móveis e sarais.