A importância de reconhecer as diferentes expressões sociais como cultura no Brasil é um assunto muito discutido entre os especialistas. Isso deve ser analisado, reconhecido e defendido, uma vez que é preciso reconhecer os diferentes grupos e culturas que constituem a sociedade. Nesse sentido, dois aspectos se fazem relevantes: a formação de uma identidade nacional e o combate ao preconceito e à discriminação. Em um primeiro viés, cabe analisar o Artigo 215 da Constituição Federal de 1988, o qual afirma que o Estado deve garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes de cultura nacional, assim como deve apoiar e incentivar a valorização e a difusão das manifestações culturais tanto populares, quanto indígenas e afrobrasileiras, e de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. Outrossim, possibilita aos cidadãos o acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade e a participação na gestão coletiva do espaço público - pressuposto de Democracia. Essa citação revela a importância de reconhecer a diversidade cultural do país, bem como as diferentes expressões sociais, uma vez que a Constituição defende a pluralização do patrimônio sociocultural brasileiro. Ademais, a diversidade cultural deve representar um compromisso ético para contribuir com as transformações necessárias para a construção de uma sociedade mais justa sem divisões em grupos fechados. Outra perspectiva acerca do tema é o estudo da Antropologia, que afirma ainda ser costume utilizar a palavra cultura para disignar o desenvolvimento da pessoa humana por meio da educação e da instrução. Disso vem os termos culto e inculto, usados no jargão popular com uma carga de preconceito e discriminação, considerando uma cultura (especialmente letrada) superior às outras. Porém, esse termo engloba vários aspectos da vida humana como comportamentos, crenças, hábitos, arte e moral. Nesse sentido, reconhecer e valorizar a diversidade cultural é atuar sobre um dos mecanismos de exclusão e discriminação, entraves à plenitude da cidadania para todos e, portanto, para a própria nação. Desse modo, medidas se fazem necessárias. Diante dos argumentos supracitados, faz-se necessário por parte do Poder Público, com a colaboração da comunidade, a promoção e a proteção da cultura brasileira, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropiação, e de outras formas de acautelamento e inclusão das comunidades no processo de produção cultural, com o desenvolvimento de projetos que levem a arte até as regiões mais periféricas das cidades. Some-se a isso, investimentos em educação, valorizando e capacitando professores no intuito de formar cidadão mais comprometidos com a produção e preservação da cultura brasileiro.