Título da redação:

Mistério, Misticismo e Curiosidade em Curitiba

Tema de redação: A valorização da cultura nacional na formação da identidade contemporânea

Redação enviada em 19/04/2016

Mistério, misticismo e curiosidade em Curitiba O Museu Egípcio e Rosacruz de Curitiba transporta os visitantes a uma viagem no tempo para a antiga terra dos faraós A exposição “Nascimento, Vida e Morte no Egito Antigo” oferece um passeio por assuntos que ajudam a entender um pouco como era a vida naquela época. A mostra está distribuída em cinco salas, incluindo a antecâmara e câmara da múmia Tothmea, que é a atração de maior sucesso do museu. Ao adentrar no museu, uma estátua do faraó Akhenaton se destaca por entre as paredes de cor bege. Este monarca realizou a chamada Reforma de Amarna quando estabeleceu o culto único aos Deus Aton e mudou o centro administrativo do Egito. Esta reforma não se restringiu apenas à religião, mas também ao campo político artístico e cultural. Logo caminhamos para uma sala que é dedicada a diversos aspectos da vida dos antigos egípcios. O nascimento, a infância e funções realizadas na vida adulta, como camponeses, construtores e escribas. Também é possível conhecer objetos relacionados aos cuidados com o corpo, além de uma bela seleção de joias utilizadas por nobres egípcios. Observando esta sala descobrimos que brinquedos como peões, bolas e pequenas esculturas em madeira faziam parte das brincadeiras das crianças egípcias. Podemos perceber nos frascos medicinais com a imagem do Deus Bes que a medicina no Egito Antigo estava intimamente relacionada à religião. Grande parte da população egípcia atuava cultivando os campos inundados às margens do Rio Nilo. Para que pudessem preparar o terreno para o plantio utilizavam uma Enxada, como a que está presente na exposição. Elas eram confeccionadas em madeira e com um cabo curto, pois eram usadas, principalmente, para quebrar os “torrões de terra” que haviam se formado após o período de cheia do Rio. Na sala seguinte é possível conhecer alguns dos monarcas que governaram o Egito. Ao longo de trinta e uma dinastias, diversos faraós governaram o país. Administravam o território como representantes dos deuses. Passando pelas salas 5 e 6 podemos observar a câmara e a antecâmara da múmia Tothmea, uma dama egípcia com cerca de 2600 anos. Acredita-se que ela tenha exercido a profissão de musicista ou cantora em um templo dedicado á deusa Isis. A múmia foi encontrada no século XIX na região de Tebas, e foi levada no para o Museu Egípcio no ano de 1995. Tothmea permanece dentro de um sarcófago que não é o original, com o ar condicionado sempre ligado, e um termômetro que cuida da sua temperatura. Não é possível fotografá-la. Uma aula no museu No período da tarde alunos de um colégio particular chegaram para realizar uma visita ao Museu Egípcio. Os rostos estavam com um largo sorriso, e os olhares fascinados pelo que estavam vendo e aprendendo sobre o Antigo Egito. Para que a cultura seja transformada em um direito é necessário que os cidadãos tenham mais acesso aos serviços e bens culturais. Segundo dados do IPEA, a frequência com que as pessoas visitam museus aumentou em 60% do ano de 2010 para 2014. De acordo com a pesquisa 14,9% das pessoas frequentam museus ou centro culturais. Em relação aos espetáculos de teatro, circo ou dança a frequência é de 18,1% das pessoas. Hoje em dia as políticas públicas de acesso à cultura tem o dever de ampliar a oferta de eventos e espaços voltados a atividades culturais e aumentar os estímulos para que as pessoas frequentam mais museus e exposições. Para o professor de História da Arte João Pedro Velloso (29 anos, leciona no Colégio Militar de Curitiba), a arte é inerente a qualquer ser humano, toda sociedade possui produção artística, e através dela conhecemos as tradições, costumes, pensamentos, valores éticos e estéticos de uma sociedade. Os museus tem o nobre papel de ser o ponto de encontro entre o observador e o artista. Ele ressalta que o museu egípcio, apesar de ser um museu pequeno, há anos tem sido o único ponto de contato entre os cidadãos de Curitiba e a história egípcia. João Pedro afirma que procura levar seus alunos pelo menos uma vez no ano ao museu, e que já os levou ao Museu Egípcio. “O museu possui peças de valor histórico, onde os curitibanos podem aprender um pouco sobre a cultura egípcia, seus valores e tradições”. A experiência vivida no museu é imprescindível para que o aluno se situe na história, como produto de civilizações anteriores. Isso leva a questionar seu papel na sociedade e como ele tem se expressado artisticamente. A estudante Ana Luiza dos Reis Costa (15 anos), fala sobre o Museu Egípcio e sua paixão pela cultura e pela arte da terra dos faraós. “Entrar em contato com culturas diferentes nos possibilita perceber que não estamos sozinhos no mundo, ou seja, nossos costumes, nossos gostos, nossas tradições são fruto de sociedades que vieram antes de nós”. “Atualmente com a facilidade e instantaneidade da internet dificilmente as pessoas se deslocam para descobrir e conhecer mais sobre novas culturas, costumes e crenças. Entretanto, no passado esse contato era mais racionado ainda, porque a internet e as redes sociais não existiam, portanto essa busca pelo novo era menor.”, disse a professora de Arte, Alair Wendpap (49 anos). Ela ainda acrescenta: “As políticas de incentivo à cultura são interessantes, mas por vezes carece de bom senso. A legislação deveria ser revisada periodicamente. Infelizmente, algumas empresas se aproveitam de brechas na legislação para realizar propaganda gratuita junto aos eventos culturais da cidade”. A Professora Alair ou Lala como é chamada por seus alunos, afirma levar os alunos do Colégio Estadual Paulo Leminski anualmente ao museu, pois a aula de campo deve constar no planejamento da disciplina. E sobre o Museu Egípcio ela diz: “A arte egípcia vem acompanhada de mistério e misticismo com seus temas religiosos. Temos um museu que desperta ainda mais a curiosidade dos curitibanos, levando muitos deles a procurar conhecer mais e mais esta cultura e compreendê-la. Ainda hoje esta cultura serve de inspiração para muitas pessoas”. Serviço: Para você que deseja conhecer o Museu Egípcio e Rosacruz a entrada é gratuita. O museu está localizado na Rua Nicarágua, 2453. Está aberto de segunda a sexta-feira das 8h às 12h; 13h às17h30min e aos sábados das 14h30min às 17h.