A partir de 1930, houve maiores esforços para determinar uma associação entre o Brasil e sua cultura. Os símbolos criados e fortalecidos ao longo do tempo (carnaval, futebol e mulheres mulatas), no entanto, não têm sucesso ao tentar caracterizar o “Brasil real”, tão buscado pelo Modernismo de Mário de Andrade, uma vez que desconsideram a riqueza da sua diversidade cultural. Devido à grande extensão de seu território e seus distintos métodos de ocupação, o Brasil pode ser identificado como um país plural, ou seja, com uma extensa variedade de práticas, hábitos e costumes. Neste ponto, Franz Boas já defendia o particularismo histórico, a reconstrução da trajetória percorrida por um povo e suas peculiaridades para compreender sua ou suas culturas. Esses aspectos particulares de cada região se expressam através da língua, das crenças, da arte e, principalmente, influem sobre o comportamento dos indivíduos. A chegada dos portugueses em 1500, a escravidão de negros africanos, as invasões holandesas, a imigração alemã, principalmente nos pós-guerras mundiais, a influência do “American way of life” (estilo de vida americano) desde as décadas de 50 e 60 fazem, portanto, parte do quadro de história e aculturação brasileira: a assimilação de culturas advindas do exterior para a criação de culturas próprias e regionais, transformando as atitudes do sujeito e, ao mesmo tempo, criando algo novo e autônomo. A não ser que se firme o heterogêneo como princípio de reconhecimento de identidade brasileira, o processo de elaboração da mesma nunca chegará ao seu desfecho, visto que são as diferenças que fazem o Brasil ser o Brasil. Portanto, na busca por “marcas” e “estilos” brasileiros, perde-se a essência de sua verdadeira cultura.