Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A urgência de valores éticos na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 07/06/2018

A vida em coletividade só é possível devido à existência de códigos e regras que assegurem a convivência harmoniosa e o bem-estar comum. Entretanto, é notório o fato de que a sociedade brasileira padece de um mal moderno: a escassez de valores morais. Nos últimos tempos, só faz aumentar o número de crimes hediondos cometidos nas principais cidades brasileiras, fato que aterroriza o cidadão comum e demonstra, veementemente, o despreparo da gestão pública para atuar frente ao aumento da criminalidade. Todavia, apesar do forte impacto da delinquência na sociedade, a face mais obscura do problema é ainda mais assustadora, pois oculta, de forma sorrateira, uma crise de cunho moral, capaz de abalar os pilares da nação. Em pouco mais de uma década, o Brasil registrou a ocorrência de vários crimes gravíssimos, todos marcados pela frieza na premeditação e extrema violência na execução. Entre esses, destacam-se os casos Richthofen e Nardoni, ocorridos nos anos de 2002 e 2008, respectivamente. Em ambas as situações, os criminosos assassinaram os próprios familiares de forma cruel, e por motivos torpes, desconsiderando a vulnerabilidade das vítimas. Como era de se esperar, essas ocorrências chocaram grande parte da população, gerando forte repercussão social a respeito. Em parte, essa reação se deu pelo fato dos delitos terem sido perpetrados no âmbito familiar dos acusados, violando, assim, regras sociais, morais e religiosas que claramente apregoam o cuidado e o respeito às figuras paternas, maternas e às crianças. Além disso, segundo o Código Penal Brasileiro, esses crimes são classificados como hediondos por serem atos de extrema lesividade, notoriamente repugnantes às vistas da sociedade e que infringem a principal cláusula pétrea da Constituição Federal Brasileira: o inalienável direito à vida. Todavia, a crise moral não se limita somente a isso, uma vez que, no Brasil, aonde quer que se olhe, é possível enxergar a falta de ética no dia a dia do brasileiro. De acordo com Leonardo Boff, professor de ética da UERJ, muitos dos cidadãos brasileiros optam por viverem sob o prisma da controversa “Lei de Gerson”, que permite aos astutos a obtenção de vantagens sobre tudo e sobre todos, não importando o preço a pagar. Assim sendo, passou a ser comum a prática do famigerado “jeitinho brasileiro”, nome fantasia aplicado às condutas antiéticas e ilegais praticadas corriqueiramente, sempre em busca do “dar-se bem” em detrimento do que é melhor para a coletividade. Como consequência, torna-se cada vez mais comum colar nas provas, subornar policiais, adulterar documentos, desviar dinheiro público e cometer estelionato, dentre outros crimes. Infelizmente, ao optar pela continuidade das práticas antiéticas e imorais, os cidadãos acabam contribuindo para o colapso estrutural da nação pois, dessa forma, essas atitudes nocivas acabam sendo perpetuadas no inconsciente coletivo brasileiro, contagiando negativamente as próximas gerações. Diante desse panorama, faz-se necessário ampliar os investimentos do Governo Federal para a geração e manutenção de mais vagas nas escolas brasileiras, em especial nas regiões mais carentes do país, bem como para a criação e distribuição de bolsas sociais que disponibilizem recurso financeiro às famílias carentes, dando a elas condições de arcarem com as despesas de deslocamento e a compra de materiais escolares para os filhos. Aliando-se a isso, deverão ser realizadas ações técnico-administrativas por meio de vistorias conduzidas por auditores especializados que objetivem assegurar às escolas as condições mínimas para que essas sigam a base curricular proposta, e tenham a infraestrutura necessária ao aprendizado dos alunos. Por fim, fica evidente que o reestabelecimento da ética e da moral na sociedade brasileira somente se dará a partir do momento que tanto a educação quanto a informação passem a receber a atenção e o respeito devidos.