Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A urgência de valores éticos na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 31/05/2018

Em “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo, ilustra-se uma sociedade corrompida pela violência, tráfico de drogas e abuso de poder. No Brasil do século XXI, em uma sociedade ainda marcada por esse cenário literário apresentado de modo fictício na obra de 1890, faz-se necessário pensar em quais valores éticos estão sendo adotados para a convivência em sociedade. Segundo o filósofo Kant, a natureza do homem é egoísta, ambiciosa, cruel e agressiva, valendo-se apenas de ações que acarretam em um ganho para benefício próprio, sustentando os prazeres carnais humanos. Dessa forma, assim como enunciado pelo fundador da psicanálise, Freud, ao afirmar que o homem é intrinsecamente mau e destrutivo, é fundamental a contenção dessa natureza hostil por intermédio de forças civilizatórias. Devido a isso deriva-se a necessidade e urgência da aplicação de valores éticos na sociedade, visando, principalmente, conter os impulsos primitivos próprios do homem. Perante o exposto, é indubitável a abundância de valores sociais que carregam um caráter indutivo comportamental e, por isso, é imprescindível possuir a capacidade de discriminar entre valores contendo pré-julgamentos úteis e princípios que carregam um teor puramente preconceituoso, disseminadores de hostilidade. Ademais, é sabido que a família, em primeira instância, é a matriz construtora de valores e princípios éticos para a vivência do indivíduo em sociedade. Dessa forma, não é ilógico pensar que é natural para uma criança reproduzir as mesmas ações e, inclusive, pensamentos dos seus pais, pois são noções enraizadas naquele meio familiar, como previsto pelo sociólogo francês Durkheim, “o meio social determina a conduta do indivíduo”. Diante disso, é dever da família a construção de um caráter marcado por uma conduta ética e racional, criando uma consciência moral no indivíduo, pois, de acordo com o pensamento aristotélico, ser ético é o mesmo que ser consciente. Em síntese, a ética é o reflexo da ação antes dela ser efetuada e só por intermédio dessa é possível alcançar a felicidade individual e uma harmonia social. Portanto, cabe ao Ministério da Educação a promoção de seminários e campanhas educativas, nas escolas públicas e comunidades, que debatam a questão da ética e os seus desvios de conduta, bem como palestras ministradas por educadores, pedagogos, filósofos, com o intuito de ensinar e instaurar de forma definitiva princípios que permitam uma sociedade mais consciente e com valores discrepantes aos escritos por Aluísio de Azevedo.