O filósofo Émile Durkheim, em todo o seu trabalho, sempre defendeu a sociologia como ciência por ter a preocupação com a integridade e a continuidade da sociedade. Essa também deveria ser uma preocupação para o Brasil, visto que é indubitável a urgência de valores éticos diante do atual cenário político social. Para compreensão dessa problemática faz-se necessário conhecer sua nocividade nas relações entre os indivíduos e a inobservância do Estado. Primordialmente, os valores éticos são aqueles que norteiam as ações dos membros da sociedade para seu objetivo de ajuntamento que é o “Bem Comum”, reconhecido por Platão e Aristóteles. Dessa forma, uma sociedade sem ética é aquela que seus membros agem sem vistas ao bem comum privilegiando os ganhos individuais em detrimento dos coletivos, fomentando desarmonia e desequilíbrio entre as partes. Infelizmente, é esse tipo de sociedade nociva existente no Brasil, onde seus líderes desviam recursos públicos, como são os casos do mensalão e do petrolão, que poderiam ser usados para promoção de algum bem social. Por outro lado, o Estado aparenta não enxergar a raiz dessa realidade na urgência de valores éticos, quando propõe tornar optativa as matérias de filosofia e sociologia na grade curricular do ensino médio. Na sua obra mais famosa, A República, Platão diz que para uma sociedade ser justa, tem que ser governada por um “Rei Filósofo”. Desse modo, ele expressa a importância da reflexão social para ações éticas. Por sua vez, as matérias de filosofia e sociologia são aquelas que mais estimulam os alunos a pensar o social, o que torna a atitude do Estado equivocada. Conforme o exposto, para evitar maiores danos a sociedade brasileira, medidas de intervenção são necessárias. O Governo Federal, juntamente com o Ministério da Educação, podem, por meio dos royalties do petróleo, custear a manutenção da obrigatoriedade das matérias de sociologia e filosofia, além de incluir na Base Nacional Comum Curricular a ênfase no ensino da ética. Assim, os alunos serão transformados em cidadãos voltados para um convívio social construtivo, cultivando a integridade da sociedade, tal como era o desejo de Émile Durkheim.