Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A urgência de valores éticos na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 08/05/2018

A deflagração de sistemas de corrupção, em evidência devido à Operação Lava-jato e seus desdobramentos, trouxe à tona uma das características mais marcantes do comportamento do brasileiro atualmente, que é a falta de ética. Contudo, atitudes antiéticas estão presentes não somente na política, mas na sociedade brasileira como um todo. Diante disso, é necessário analisar dois aspectos que causam esse problema, como a inversão de valores que gera o egoísmo e as diferentes facetas do jeitinho brasileiro. Conforme o filósofo Adam Smith, no livro A Riqueza das Nações, a melhor forma de promover o bem de todos seria cada um perseguir seus próprios interesses, pois pessoas contentes consigo mesmas formariam uma sociedade mais próspera. Porém, ao fazê-lo, a sociedade tende a inverter os valores que realmente importam, no sentido de que o consumismo promovido pelo capitalismo estimula a satisfação de desejos efêmeros, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman. Por conseguinte, as pessoas são acostumadas a aceitarem como normais ações egoístas, enquanto atos altruístas viram notícia na TV. Outro ponto importante são as diferentes justificativas para o jeitinho brasileiro, que é o ato de tentar se dar bem em uma determinada situação, em que atitudes antiéticas se apresentam sob diferentes justificativas entre ricos e pobres. Nesse contexto, os ricos agem para manter seu status e pobres para sanar necessidades básicas diante de um Estado omisso em diversos aspectos, tal qual afirmou o antropólogo Roberto DaMatta, logo, a sociedade brasileira sofre com diversas modalidades de atitudes a ela lesivas em um quadro de falta de ética endêmica. Portanto, é evidente a complexidade dessa ocorrência social, o que demonstra uma necessidade de avaliação por diferentes ângulos e considerações. Por isso, é primordial que haja por parte do governo maior rigor e punição àqueles que praticam atos ilícitos por parte do governo, com o objetivo de inibir a cultura de impunidade. Ademais, é incumbido ao indivíduo lutar por uma sociedade mais igualitária, sendo ativo na busca por seus direitos e não atuando de forma conivente ou omissa aos casos de corrupção de pequenas e grandes proporções. Por fim, cabe à família transmitir valores aos jovens, para que estes se tornem cidadãos conscientes e capazes de alterarem o cenário de banalização de atitudes antiéticas, constituindo, então, um Brasil no qual o Jeitinho não seja mais uma marca registrada.