Desde a Antiguidade Clássica, filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, discutiam sobre o tema ético. O debate prolongou-se pela Idade Média, Moderna e chegou até os dias atuais. Possivelmente, porque o ser humano nunca tenha conseguido implementá-la em sua plenitude. Em um mundo ideal, a ética seria praticada por todos. É possível alcançar esse objetivo. Para esse fim, a conscientização da sociedade é fundamental. Em suas discussões, os filósofos concluíram que a moral é flexível e segue os parâmetros estabelecidos em cada cultura. A ética, no entanto, é imutável. Trata-se de regramentos únicos, necessários ao bem maior de todos e, consequentemente, à convivência entre os indivíduos. Em oposição à moral, ela tem um caráter objetivo e não subjetivo. Jesus estabeleceu o maior dos regramentos: ‘não façais aos outros aquilo que não queirais que vos façam’. Nem é preciso mencionar que hoje, a sociedade brasileira se ressente pela ausência de valores e princípios. Muitos se perguntam o que é correto e o que é errado. Recentemente, circulava uma frase em rede social cujo texto dizia o seguinte: ‘não é porque todos agem errado, que o certo deixa de ser certo’. A falência em relação aos compromissos éticos atinge desde governantes até cidadãos comuns; tanto os abastados, como as classes desfavorecidas. No Brasil, há o componente cultural traduzido em forma de ‘jeitinho’, isto é, desrespeito à conduta estabelecida, em maior ou menor grau, prejudicando aos demais em benefício próprio. Todavia, princípios éticos podem ser desenvolvidos adequadamente. O psicólogo Jean Piaget, em seu livro ‘O Juízo Moral na Criança’, demonstra por meio dos resultados de suas pesquisas, como as crianças desenvolvem valores adequados à convivência em sociedade ou convivem com a ausência deles. Desenvolver estes valores em nossas crianças passa a ser, então, um dos objetivos principais da sociedade. Conduzido pelo Ministério da Educação, conforme o disposto em um Plano Nacional de Construção de Valores Éticos nas Escolas Brasileiras, o tema ‘ética’ deve ser prioritário e transversal. Todas as disciplinas – do ensino fundamental ao ensino médio – devem, seguindo o disposto no Plano, abordá-lo em sala de aula por meio de projetos, redações e vivências implementadas pelos professores. Longe de ser uma medida de longo prazo, em pouco tempo, já se poderia sentir os resultados da execução do Plano. E então a sociedade brasileira – todos os seus cidadãos – viveria tempos melhores, em relação aos que são experimentados hoje.