Título da redação:

O modo

Proposta: A urgência de valores éticos na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 16/08/2018

A palavra ética vem do grego "ethos" que significa "modo de ser". Desde a Grécia Antiga, até no Brasil atual, os valores éticos estão vinculados a moral do indivíduo em práticas sociais. No entanto, uma construção de empatia social deficitária, atrelada a escassez do sentimento de autoresponsabilidade, degradam os valores éticos em diversos lugares do planeta, destacando-se o Brasil. Antes de tudo, é válido lembrar que, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, as relações sociais passaram a ser estabelecidas por laços fluidos. A partir daí, a troca de sentimentos e o reconhecimento do outro como ser com peculiaridades são reduzidos, atingindo a construção da identificação social e, consequentemente, minimizando atos empáticos. Essa defasagem fica visível no caso de um médico médico plantonista do Estado de São Paulo que, em 2016, debochou do paciente - esse que apenas estudou até o segundo ano do fundamental, por pronunciar raio-x e pneumonia de maneiras equivocadas, parando nas redes sociais. Logo, a ética vai perdendo espaço para a desvalorização do indivíduo o qual é digno de respeito social. Ademais, é importante lembrar sobre o conceito e a prática da autoresponsabilidade. Essa consiste em pensar além de si, identificando as consequências das ações particulares ao meio de convívio. Porém, no Brasil, destaque no quarto lugar do ranking do Fórum Econômico Mundial por corrupção revela a baixa relevância desse ato. São os desvios de verbas públicas, cortes injustificáveis em investimentos sociais e obras superfaturadas que ajudam a desvincular a ética da política. Assim, tornando o país palco de escândalos incoerentes a uma república democrática. Fica claro, portanto, que a ética acompanhou as transformações sociais e sofre interferências da conduta moral humana a qual mostra-se deficitária no Brasil. Para haver mudanças, o Ministério da Educação com as universidades e escolas públicas precisam promover debates educacionais para exposição do que seria ético ou não na concepção dos alunos e professores, promovendo a empatia e o reconhecimento de pontos de vista diferentes a fim de melhor conduzir a elaboração de uma conduta ao bem-estar comum. Por fim, o poder Legislativo e o Judiciário devem rever os próprios meios de administração e de punição para atos corruptos, visando um modo de ser político mais eficiente e ético ao Estado brasileiro.