Esquemas de desvio de dinheiro, propina, corrupção. Palavras que podem facilmente descrever o atual cenário brasileiro, que sofre com uma crise ética nunca vista antes e esbarra em temíveis imbróglios para sua resolução: a banalização de atos antiéticos que geram a ideia de que é “normal” agir de forma incorreta e o fato de estarem cercados por um ambiente extremamente condicionador. De acordo com Hannah Arendt, filósofa alemã, o pior dos males é aquele que torna-se corriqueiro. Sendo assim, é possível notar que a raiz da corrupção impregnada na sociedade brasileira está em simples atos como furar a fila, por exemplo, posto que o que começa com pequenos desvios de caráter vai aumentando até chegar em graves atos como o desvio de milhões do Governo Federal. Portanto, nota-se que é extremamente problemático banalizar as pequenas corrupções, já que isso acaba trazendo a falsa ideia de que não é nada demais, tornando o deficit de ética ainda mais evidente. Outrossim, o ambiente também cumpre o seu papel na manutenção da crise ética brasileira, pois segundo Rousseau “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Dessa forma, é inegável que uma sociedade corrupta gera cidadãos cada vez mais corruptos e menos preocupados com a realidade do próximo. Além disso, o individualismo, também cotidiano, reforça a falta de coletividade e empatia do brasileiro, que já influenciado pelo ambiente, acaba dando razão a frase tão usada para descrevê-lo: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”. Assim sendo, é nítido o papel do ambiente na formação do cidadão brasileiro, que por Determinismo, reproduz o comportamento típico da nação. De modo exposto, é urgente valorizar a ética na hodiernidade. Para tal, é imperioso que o Ministério da Educação, por meio de palestras e campanhas realizadas com incentivo público e privado e ministradas por professores de Filosofia e Política, explique conceitos como a moral e a ética em todas as escolas brasileiras com o intuito de formar cidadãos conhecedores e praticantes da ética coletiva. Assim, crianças e adolescentes se tornarão adultos conscientes e fiscalizadores, não repetirão os erros da geração anterior e transformarão o país em um lugar sem corrupção e desonestidade.