A palavra ética vem do grego “ethós” que significa “modo de ser” e “comportamento”. Designa uma disciplina filosófica que investiga a moral e a conduta humana, na qual pode ser modificada de acordo com as características de cada época e grupo. No entanto, hodiernamente, o Brasil vivencia uma crise dos valores consideráveis éticos, seja pelas consequências da instauração do sistema capitalismo, ou mesmo, pela crise das instituições. Afinal, as influências e mudanças na conjuntura da sociedade modificam a crença nesses valores, sendo necessário os restabelecerem, visto que são fundamentais na coesão para viver em comunidade. Em primeiro viés, é notório salientar que o sistema capitalista impõe um padrão que influencia na destruição dos valores construídos em outras épocas. Esses valores são justiça, honestidade, dignidade, respeito e tolerância. Essa destruição se faz pelos novos modelos de vida instaurados por esse sistema. Dentre eles, está a importância do “ter” em vez do “ser”, o consumismo, o hedonismo, ou seja, a busca pelo prazer imediato. Com isso, as pessoas mudam a conduta e o comportamento, dado que priorizam os bens materiais e a participação nesse padrão. Diante dessas mudanças, elas se tornam individualistas, egoístas e descrentes na vida em coletividade. Essa nova época retoma ao pensamento dos sofistas, no qual afirma que não existem normas e verdades universalmente válidas, ou seja, relativistas, já que cada um acredita naquilo que apenas o convém, levando a uma urgência dos valores éticos. Dessa forma, é válido compreender, ainda, que essa urgência é fruto também das crises das instituições fundamentais na formação e disseminação dos valores, como a família, o Governo e a escola. Desse modo, o Brasil vivencia um período de descrédito da população pela falta de representatividade, crise econômica e corrupção dos setores públicos. Assim, os valores como a justiça se torna ineficaz. Ademais, a família é o núcleo que mais exerce poder na prática desses valores, já que é a primeira educação que um indivíduo recebe. Mas, também sofre uma crise, visto que a maioria das crianças estão cada vez mais expostas a agressões e crimes, muitas vezes, dentro do próprio lar e nas escolas. Tudo isso determina uma crise de identidade e sentido na vida, pois as pessoas perdem a importância de seguir uma conduta ética. Torna-se evidente, portanto, que o Brasil vive uma crise dos valores éticos. Dessa maneira, o Governo Federal deve criar uma campanha em prol da importância desses valores em todos os municípios do país, com ajuda dos prefeitos, da mídia e das escolas para a disseminação. Isso deve ser feito em ambientes públicos, em propagandas e em eventos, como shows e inaugurações, por meio de discursos, palestras e oficinas com psicólogo e pessoas formadas em serviços sociais, tendo como propósito o questionamento do padrão imposto pelo capitalismo e a prática da empatia. Assim, a ética relativista afirmada pelos sofistas será transformada em comunitária e solidária.