De acordo com o filosofo francês Emile Durkheim, a sociedade pode ser comparada à um corpo biológico por ser composta por organismos que interagem harmonicamente entre si. Para isso, há no corpo social valores éticos essenciais para o êxito dele que correspondem à regras/normas de boa conduta, honestidade e solidariedade. Contudo, hodiernamente, com a construção de uma política baseada em critérios de poder, torna-se problemática e urgente a prática de tais princípios morais. É inegável que absurdos cotidianos desde burlar o resultado de uma prova, furar fila, aceitar o troco errado, até “grandes” como os investigados pela Operação Lava Jato, estão intrínsecos na sociedade brasileira e trazem a ética em xeque, visto que ela é uma atividade que deve ser exercida coletivamente acerca das atitudes humanas, ponderando sobre suas consequências em toda a coletividade. Nesse viés, cada atitude individual possui uma influência coletiva, visto que aqueles que convivem juntos podem repercutir a ação observada. O resultado disso é um enorme ciclo cuja consequência pode ser tão expressiva quanto qualquer escândalo de corrupção em Brasília. Além disso, o “jeitinho brasileiro” - que tem por fama a maneira do povo improvisar soluções para situações problemáticas- pode servir como justificativa para atos de corrupção e malandragem, não causando comoção quando ocorrem favorecendo, assim, tal ciclo de falhas morais. É de suma importância, portanto, que a luta pela ética possua preocupação com melhores condições de vida não só individual como coletiva, visando á ausência de parâmetros de poder, como a corrupção. Cabe a cada organismo policiar-se sobre suas ações para que sua influência seja exclusivamente positiva, contribuindo para o funcionamento harmônico da “biologia social”. Ao Ministério da Educação, aplica-se a função de propor projetos que conscientizem o cidadão, expondo as consequências de ações carentes por valores morais, dando exemplos de melhores condutas, para que o indivíduo adote uma postura mais ética quanto ás microcorrupções. Assim, a inserção de valores éticos na sociedade brasileira deixará de ser urgente.