A Teoria Malthusiana previu, no século XIX, que se a população continuasse seu ritmo de crescimento, em pouco tempo, a produção de alimentos seria insuficiente. No entanto, a revolução verde, no século XX, mostrou que Malthus estava errado e uma superprodução de alimentos se tornou possível. Dessa forma, o dualismo entre o aumento da produção e a qualidade dos produtos evidencia a necessidade de equilíbrio entre esses dois parâmetros. Primeiramente, a produção de alimentos não deve seguir uma lógica maquiavélica. Assim, o uso de aviões pulverizadores, por exemplo, deve ser repensado, pois os mesmos espalham agrotóxicos por uma grande área, alcançando espaços além das plantações. Essa prática causa danos ambientais como morte de animais e insetos, poluição de solo, ar e água; além de levar a intoxicação, muitas vezes letal, de pessoas vizinhas às lavouras. Adicionalmente, os limites máximos de agrotóxicos usados no Brasil são muito maiores do aqueles usados na União Europeia, evidenciando que a preocupação com o lucro é maior do que com a qualidade e segurança nutricional do que é oferecido. Segunda a Anvisa, cerca de um terço dos alimentos ingeridos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos. As consequências desse consumo ainda não estão claras, visto que é um problema recente. Porém, futuramente, pode-se vir a descobrir a lesividade dessa prática. No Brasil, os registros de intoxicação e morte por defensivos agrícolas estão ligados ao contato direto com os mesmos, seja por falta de EPIs dos trabalhadores rurais, seja por residências próximos às plantações. Evidencia-se, portanto, a necessidade de um maior controle no uso de defensivos agrícolas. Para tanto, os Ministérios da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente devem selecionar, juntos, os agrotóxicos menos lesivos e suas menores doses efetivas, proibindo os demais e padronizando o uso nas lavouras. Além disso, devem estabelecer o uso de técnicas de aplicação que limitem a área afetada pelos defensores agrícolas. Outrossim, o Mistério da Agricultura deve promover, por meio de cursos, a capacitação de pequenos agricultores instruindo-os sobre o manuseio e a proteção com relação aos agrotóxicos. Ademais, instruí-los a cerca de técnicas de produção de alimentos orgânicos, incentivando sua produção. Dessa forma, manteremos Malthus errado quanto a sua previsão e conseguiremos ingerir alimentos in natura realmente saudáveis.