Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A tolerância aos agrotóxicos e seus efeitos no Brasil

Redação enviada em 31/05/2018

Com a Revolução Verde, houve o desenvolvimento e disseminação de novas práticas e técnicas agrícolas, como sementes, insumos e máquinas, que permitiram grande aumento da produção. Esses avanços, principalmente na indústria química, levaram a obtenção dos agrotóxicos, os quais possuem como vantagem o combate de pragas, porém, no Brasil, passaram a apresentar efeitos negativos como contaminação de lençóis freáticos por conta do uso indiscriminado. Nesse sentido, fatores de ordem histórica e estrutural, bem como educacional, caracterizam a problemática. É importante pontuar, de início, que, historicamente, a elite agrária esteve no comando da nação ou apresentava representação política desde o período colonial. Como consequência disso, na contemporaneidade, o Brasil apresenta forte participação no Congresso Nacional de uma bancada ruralista que participa da tomada de decisões a partir de seus interesses e permite maior tolerância quanto ao uso de agrotóxicos, quanto à expansão da fronteira agrícola e desmatamento da floresta Amazônica. Tais posicionamentos ideológicos geram impactos ambientais, visto que o uso desses produtos pode ocasionar a contaminação dos solos e rios, e social, uma vez que a saúde das pessoas é prejudicada devido ao consumo de alimentos que apresentam algumas dessas substâncias acumuladas. Prova disso é a pesquisa divulgada pela ANVISA que mostra uma lista de frutas e verduras com percentual de contaminação inadequado para consumo. Outrossim, vale ressaltar que a falha no sistema educacional quanto ao desenvolvimento do senso crítico nos alunos representa outro agravante. Afinal, as escolas, geralmente, não possuem uma dinâmica de ensino voltada para o engajamento e instrução dos jovens em relação ao meio ambiente e à própria situação política do país, o que dificulta a construção de uma consciência cidadã nos adolescentes. Por conta disso, as pessoas deixam de se informar e de entender que podem e devem protestar contra leis e comportamentos inadequados do Governo Federal, como a flexibilidade desse perante o uso de agrotóxicos. Tal ideia de mudança na educação também é defendida pelo educador Paulo Freire, o qual propõe um ensino mais autônomo e menos alienante. É notória, portanto, a relevância de fatores de cunho histórico e educacional na temática supracitada. Nesse viés, cabe ao Estado o papel de realizar uma mudança na estrutura do Congresso com o intuito de promover maior representatividade da população e menor defesa de interesse de uma minoria historicamente privilegiada. Tal medida pode ser efetivada por meio da maior rotatividade de pessoas nesses cargos e do estabelecimento de cotas para grupos marginalizados. Ademais, é fundamental que a escola, em consonância com a mídia, contribua no engajamento da população e no incentivo a protestos e manifestações em defesa do meio ambiente e da própria saúde, a fim demonstrar indignação quanto ao uso de agrotóxicos. Para isso, é necessária a utilização de anúncios e propagandas nos meios de comunicação, palestras e debates em sala de aula e a mobilização nas redes sociais. Poder-se-á, assim, reduzir a tolerância em relação a esse tipo de produto e melhor a qualidade de vida da população.