Com o surgimento da Revolução Verde após a Segunda Guerra Mundial, intensificou-se a produção de pesticidas, a fim de desenvolver e ampliar práticas agrícolas, principalmente, em países subdesenvolvidos. O Brasil, assim como outras nacionalidades em desenvolvimento, recebeu indústrias produtoras de agrotóxicos pós 1945 e, até os dias atuais, infelizmente, demanda desses artefatos. Nesse contexto, a tolerância aos agrotóxicos representa uma grave problemática, visto que essas substâncias químicas são usadas com frequência na agricultura brasileira. Diante disso, faz-se crucial analisar os fatores que impulsionam essa questão e seus efeitos. Em primeira análise, percebe-se que a defasada legislação brasileira permite a disseminação de enfermidades cancerígenas na população. Isso porque esse conjunto de leis apresenta, como uma de suas propostas, a revogação da proibição de agrotóxicos altamente perigosos. Dessa forma, organoclorados responsáveis pela manifestação do câncer quando presentes no organismo humano pela sua ingestão, podem, facilmente, serem pulverizados nos alimentos, cuja denominação nas embalagens deveria ser alterada para veneno, já que serão consumidas pela sociedade e, aos poucos, ceifarão vidas. Em segunda análise, nota-se que a justificativa de que o Brasil é um grande exportador agrícola abre espaço para danos permanentes ao meio ambiente. Isso se deve a visão gananciosa dos grandes produtores agrícolas, uma vez que possuem como objetivo maior lucro e o título da melhor safra, esquecendo-se da fragilidade da natureza. Desse modo, os mecanismos de combate a pragas são negligenciados, tendo em vista que o enorme despejo de substancias químicas nas plantações são encontrados e sentidas negativamente em diversos níveis tróficos. Assim sendo, é indispensável a adoção de medidas capazes de eliminar o uso de agrotóxicos e seus efeitos nocivos. Posto isso, compete ao Poder Legislativo reformular as leis voltadas as questões agrícolas, eliminando aquelas que permitem o uso de substancias químicas na agricultura e, substituindo-as por uma nova lei responsável pela proibição definitiva do uso de agrotóxicos, no intuito de garantir que a população consuma alimentos livres de quaisquer elementos cancerígenos. Ademais, é fundamental que o Ministério da Agricultura, em parceria com o IBAMA, fiscalize produtores agrícolas, por meio da retirada semanal de amostras das produções e da examinação dos ecossistemas locais, com o propósito de identificar aqueles que descumprem a lei, puni-los com multas e, garantir assim, que o meio ambiente pare de sofrer com tamanho envenenamento.