Cana-de-açúcar, café, soja. Essas são algumas das milhares de plantas que são cultivadas no Brasil. Contudo, para que tal feito ocorra, os produtores utilizam-se de uma quantidade alarmante de agrotóxicos, conforme apresentado pelo documentário brasileiro de 2011 “O veneno está na mesa”. Nesse contexto, seja devido ao perfil agroexportador, seja ao clima tropical, o país apresenta grande tolerância ao uso de agrotóxicos e sofre os efeitos dessa prática. Diante disso, é indispensável pensar em estratégias para minimizar essa realidade. Primeiramente, é notório que o agronegócio é uma das principais riquezas do Brasil. No que tange à sua contribuição, de acordo com o IBGE (2017), ele corresponde à 24% do Produto Interno Bruto (PIB). Em decorrência dessa ampla representatividade econômica, as autoridades acabam sendo mais tolerantes ao uso elevado de agrotóxicos, em detrimento dos riscos que isso representa. Dessa forma, entretanto, apesar do lucro com a agricultura, os prejuízos no meio ambiente e na saúde são incalculáveis, já que esses produtos químicos contaminam o solo, as águas e o organismo humano. Ademais, além da riqueza que a agronomia exprime, o clima tropical também estimula o uso de agrotóxicos. Isso porque o meio úmido e quente predominante no território brasileiro é propício para a proliferação de pragas, o que exige um uso maior de pesticidas. Consequentemente, segundo a Fundação Osvaldo Cruz, 70% dos alimentos consumidos “in natura” são contaminados, o que tem relação direta com a incidência de câncer. Assim, embora exista a vantagem de o Brasil possuir solo fértil e temperaturas adequadas para se plantar tudo o que queira, em contrapartida, tem que enfrentar os invasores das lavouras. É perceptível, portanto, que a tolerância aos agrotóxicos tem relação com a expressividade do agronegócio e com o as características climáticas, ainda que cause efeitos negativos. Nesse sentido, é importante que os centros de pesquisas invistam em estudos que busquem diminuir o uso desses produtos. Essa medida pode ser realizada por meio do desenvolvimento da engenharia genética, com o objetivo de produzir plantas que repelem pragas, mas sem alterar muito o genoma do vegetal. Além disso, é interessante que as famílias priorizem o uso de alimentos orgânicos. Com essas medidas, será possível reduzir o veneno presente na mesa dos brasileiros.