Através do histórico econômico brasileiro, nota-se, desde o período colonial, uma enorme dependência do agronegócio, tanto para a produção de subsistência, quanto no setor de exportações do país. Não obstante, a demanda por agrotóxicos torna-se cada vez mais intensificada, apresentando impactos nocivos à saúde dos brasileiros e ao meio ambiente. Pode-se observar que o artigo 196 da Constituição Federal de 1988 reconhece a saúde como direito de todos os cidadãos e como um dever do Estado. Entretanto, muitas pessoas têm sofrido com a violação desse direito, uma vez que o consumo de alimentos repletos de defensivos agrícolas facilita a ocorrência de problemas respiratórios, intoxicações, alergias e câncer, em logo prazo. Paralelamente, o uso desenfreado de pesticidas, além de alterar a cadeia alimentar de muitos animais, contamina os reservatórios hídricos através da penetração nos lençóis freáticos. O que impede o problema de ser resolvido é a flexibilidade das leis de inspeção e de fiscalização do uso abusivo de agrotóxicos, assim como a falta de preparo e especialização dos funcionários que exercem a função de aplicação dos mesmos. Ademais, há um escasso investimento e valorização governamental nas plantações domésticas e nos produtos orgânicos, os quais prejudicam muito menos a saúde e o bem estar das pessoas, além de promoverem menos impactos ambientais. Portanto, medidas são necessárias para solucionar a problemática. O Poder Executivo, através do Ministério da Agricultura, deve proceder de forma mais efetiva no cumprimento das leis que delimitam a quantidade de agrotóxicos permitidos no agronegócio, bem como fiscalizar a capacitação de profissionais para que a atuação na área seja responsável. Ademais, é indispensável que ONG’s ambientais, como a Greenpeace, atuem na promoção de projetos e campanhas em prol dos pequenos produtores e dos alimentos orgânicos. Dessa forma, o impasse pode ser solucionado, e o combate aos efeitos nocivos dos agrotóxicos pode deixar de ser uma utopia no Brasil.