Sabe-se que desde o fim da década de 60, o uso de agrotóxicos no Brasil, se intensificou. Esse processo ocorreu baseado na política da Revolução Verde, que promulgava, de forma teórica, melhorias e modernizações do campo, através de sua mecanização e do uso de agroquímicos. Entretanto, no contexto brasileiro vigente, de modo geral, essas difusões não apresentam tantos benefícios. Visto que, muitas vezes, devido às restrições governamentais brandas em relação ao uso dos defensores agrícolas, e por muitas empresas visarem, sobretudo, a lucratividade, a população acaba sendo, demasiadamente, prejudicada. Primeiramente, vale ressaltar que apesar de muitos agrotóxicos serem considerados extremamente nocivos à saúde em certos países, no Brasil, ainda são permitidos por lei. Como exemplo, cita-se que – de forma legal, o feijão consumido por um brasileiro, pode conter até 400 vezes mais resíduos de pesticidas “Malationa”, que o mesmo grão no continente europeu. Essa realidade é sustentada pela ineficácia das normas regulamentadoras e pelo fato da economia do país ser fundamentada, principalmente, na agropecuária. Diante disso, os consumidores são os mais prejudicados, pois, através da ingestão de alimentos contaminados podem desenvolver inúmeras doenças, como – câncer, disfunções renais e má formação fetal. Além disso, pauta-se que a insana busca por lucro de diversas empresas do setor alimentício, em muitos casos, as faz negligenciar diversos aspectos dos produtos relacionados à segurança do consumidor. Pode-se relacionar esse interesse genuíno de muitas indústrias com os primórdios da industrialização, por exemplo - o Modelo Fordista, que se embasava, especialmente, na produção em massa e no enriquecimento, desprezando outros fatores importantes, como: as condições de trabalho. Sendo assim, torna-se necessário uma reformulação de conceitos dessas instituições, tendo em vista não apenas a lucratividade, mas também a saúde do trabalhador e a qualidade do produto final. Portanto, visando uma sociedade mais equilibrada ecologicamente, entende-se que mudanças são necessárias. Dessa forma, a fim de alcançar esse objetivo, o Estado, no papel da ANVISA, deve reformular as permissões perante alguns agrotóxicos, tendo como base países mais desenvolvidos nesse âmbito, como a Holanda, almejando um controle melhor dessas substâncias. Em contrapartida, compete às empresas do ramo agropecuário, investir em agroecologia através de pesquisas e da utilização de produtos e recursos que impactem menos o meio ambiente e o consumidor. Visto que a saúde do ser humano e do meio onde ele vive, deve se sobrepor, sempre, antes de qualquer lucro.