O momento pós Segunda Guerra Mundial ficou marcado por várias mudanças e inovações em toda sociedade mundial, um dos acontecimentos marcantes desse período foi a Revolução Verde, movimento que modificou radicalmente a forma do homem lidar com a agricultura, visando como resultado uma maior produtividade e por consequência, maior lucro. Nesse panorama, surgem os agrotóxicos, substâncias químicas que possuem a finalidade de combater as mais diversas ameaças para a cultura. Embora sejam necessários, a utilização dos defensivos agrícolas é muito questionada, visto os riscos que eles podem representar para a sociedade. Primordialmente, é possível afirmar que o uso dos defensivos agrícolas representam um grande avanço no que refere-se ao desenvolvimento econômico e alimentício. Uma vez que os agrotóxicos permitem a produção em larga escala de produtos agrícolas essenciais para a alimentação humana, além disso, o agronegócio, espectro que abrange desde o cultivo até a industrialização do produto agrícola, representa a principal vertente da economia brasileira, como afirma o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE). Todavia, apesar de existirem normas para a utilização dos fitossanitários, estipulados por órgãos de controle, como a Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA), a fiscalização é falha, o que abre espaço para o uso indiscriminado desses produtos. Em segundo plano, é certo afirmar que as consequências do uso irregular e indiscriminado de agrotóxicos são alarmantes. Visto que, embora os riscos dos defensivos agrícolas não sejam totalmente conhecidos pela comunidade científica atual, sabe-se que algumas doenças são influenciadas pelo uso desses produtos, a exemplo do câncer, como afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS). Outrossim, diante desse cenário alarmante, a solução mais viável é a adoção do modelo de produção orgânica, o qual não emprega defensivos agrícolas, contudo, esses produtos ainda apresentam elevados preços devido à logística empregada na produção, o que dificulta a aquisição para diversas classes econômicas. Indubitavelmente, portanto, tal situação requer medidas para sua solução. A ANVISA deve limitar os locais de venda dos agrotóxicos, como também deve restringir a quantidade que esses postos de venda poderão vender mensalmente para os produtores rurais, assim, a fiscalização será mais facilmente aplicada e ocorrerá de forma mais eficiente. O Estado deve conceder isenções fiscais para os produtos orgânicos, desse modo, auxiliando na redução de custos para o agricultor e por consequência para o consumidor.