Quanto ao uso de agrotóxicos, o Brasil encontra-se entre os primeiros colocados no ranking mundial, conforme noticia a Revista Carta Capital. Fato que coloca o assunto como um problema de saúde pública. Por outro lado, o uso dos biopesticidas ainda é pequeno e pouco conhecido. Segundo a Abrasco, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, cada brasileiro consome, em média, 5,5 quilogramas de defensivos agrícolas por ano. Os feitos dessas substâncias no organismo são vários, vão desde lesões de pele e problemas respiratórios à distúrbios neurológicos e morte. A questão é agravada pelo fato de os trabalhadores do setor agrário não utilizarem equipamentos de proteção individual durante a aplicação desses produtos nas lavouras, de acordo com o Sindicato Nacional de Produtos para Defesa Agrícola. Por conseguinte, há um aumento na demanda das unidades de pronto atendimento e das emergências dos hospitais o que torna, por sua vez, o orçamento para o sistema de saúde mais oneroso. Apesar disso, pouco se fala a respeito dos biopesticidas, produtos feitos a partir de micro-organismos, substâncias naturais ou derivados de plantas geneticamente modificados. Sua aplicação dá-se da mesma forma que os agrotóxicos, todavia, a vantagem do seu uso consiste em uma menor toxicidade e o fato de causar problemas a pestes específicas e não a pássaros e mamíferos, por exemplo. Os efeitos do uso dos agrotóxicos no Brasil, portanto, afetam não só a agricultura, mas também a saúde da população. Por esse motivo, é necessário que o Ministério da Saúde dialogue com o Ministério da Agricultura para a formulação de leis mais rigorosas quanto ao uso dos defensivos agrícolas, além de incentivar e criar normas de financiamento para o desenvolvimento de biopesticidas. Para que, dessa forma, tenha-se uma população que adoeça menos em virtude do uso dessas substâncias e um orçamento do sistema de saúde com menores custos. Cabendo a toda sociedade civil o papel de fiscalizar e acompanhar cada uma dessas ações exigindo o cumprimento de cada uma delas.