No Brasil, a utilização de agrotóxicos é bastante expressiva no setor agrícola. Em decorrência disso, o país é maior consumidor dessa substância. Na década de 70, por meio da Revolução Verde, foi possível verificar acentuadas transformações no modo de produção agrícola, com introduções de novas tecnologias, na qual inclui o uso de agroquímicos. No entanto, se por um lado houve um desenvolvimento do agronegócio, por outro, já é comprovado que o uso demasiado de defensivos em lavouras, produz efeitos devastadores para o meio ambiente, na saúde humana e outros seres vivos. Em primeira análise, cabe pontuar que no Brasil, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 3% dos trabalhadores que são expostos aos agrotóxicos acabam sofrendo alguma forma de intoxicação, estimando-se que ocorram cerca de 3 milhões de casos anualmente no mundo todo, destes 700 mil com distúrbios neurológicos e outros efeitos adversos, 80 mil câncer e outros 220 mil casos de morte dos usuários. Nesse sentido, nota-se a necessidade de serem adotadas regras de venda e manipulação de defensivos agrícolas, uma vez que tal conteúdo de alta toxidade, aliado a falta de instruções de segurança na manipulação e a conscientização a cerca de sua nocividade a saúde, traz consequências a curto, médio e longo prazo. Somando a isso, mesmo em meio a inúmeras comprovações científicas a respeito dos malefícios advindos dos agrotóxicos, o Brasil ainda não dispõe de políticas educacionais voltadas a saúde e conscientização dos trabalhadores rurais, sobre os ricos eminentes do uso dessas substâncias. Tal realidade é evidenciada quando indivíduos que possuem poucas instruções de manuseio, como na agricultura familiar ou micro produtores rurais, usam o produto de forma inadequada, o que contribui para que haja mais vítimas desse problema. Além disso, a própria ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), adverte que alimentos como milho, cenoura, pimentão e uva que acaba chegando à mesa do consumidor final, contém grande quantidade de resíduos de tóxicos. Além disso, moradores e pessoas que convivem próximo a lavouras acabam sendo prejudicados devido à nuvem de pesticidas trazida pele vento, o que chamamos de pulverização por deriva. Sendo assim, é fundamental que haja um equilíbrio entre o crescimento econômico do agronegócio e sustentabilidade, em prol do desenvolvimento humano de forma saudável. Dessa maneira, o Ministério da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente devem se mobilizar, criando projetos que visem de forma amplificada construir políticas que garanta rigor na descrição no rótulo dos alimentos que possuem agrotóxicos e a quantidade de químicos ingeridos por unidade consumida. Outra medida é instituir a obrigatoriedade de cursos aos trabalhadores e proprietários rurais, visando transmitir a forma correta de manejo dos produtos, e também mostrar como a agroecologia pode ser a melhor maneira de se conciliar a sustentabilidade com desenvolvimento. Com isso, a partir da conscientização e instrução de forma correta, será possível garantir de forma qualitativa a vida no planeta.