Título da redação:

Conhecendo o desconhecido

Tema de redação: A saga dos refugiados: o caminho entre a fuga e a xenofobia.

Redação enviada em 27/10/2017

Segundo Ingo Wolfgang Sarlet, jurista e magistrado brasileiro, temos por dignidade a característica intrínseca e distintiva do ser humano que o faz merecedor de respeito e consideração por parte da comunidade. Apesar do tópico ser abordado nos direitos humanos, a xenofobia ainda é presente no cotidiano dos refugiados. Suas causas são múltiplas e sua permanência afeta de maneira determinante o modo de viver desses. Portanto, o retrato hordieno brasileiro reflete um cenário desafiador seja pela falta de empatia, seja pela necessidade de ação do governo. Mormente, no universo do livro “Caixa de Pássaros”, o autor Josh Malerman aborda o medo enfrentado pela população humana ao se deparar com seres desconhecidos. Por se tratarem de uma ameaça a sanidade cognitiva, o homem se viu obrigado a usar vendas nos olhos, a fim de evitar a eloquência. Fora dos livros, por outro lado, os refugiados (desconhecidos) são os que enfrentam condições desconfortáveis, afinal a xenofobia dificulta o convívio, coíbe a possibilidade de emprego e retrai a esperança de uma vida melhor. Ademais, segundo Simon Baron-Cohen em seu livro “The Science of Evil”, o Homo Sapiens Sapiens possui lapsos de empatia. A obra parte do princípio de que psicopatas não possuem qualquer traço de empatia (nível zero), porém às vezes pessoas normais se encontram em condições semelhantes e, nesse contexto, a objetificação de sujeitos se torna tangível. Nessa mesma linha de raciocínio, o filósofo Zygmunt Bauman prega que tememos e isolamos o incógnito, ou seja, deixamos de ser altéricos. Destarte, é possível aumentar o nível de empatia em relação aos imigrantes por intermédio do conhecimento de suas histórias. Por fim, depreende-se que a dimensão vivida pelos refugiados é desfavorável. Além disso, a principal causa desse contexto é causada pela xenofobia. Esta, por sua vez, pode ser atenuada por intermédio da repercussão de suas histórias. Dessa forma, cabe ao governo – na figura do Ministério das Relações Exteriores – promover um projeto de aprendizagem sobre as dificuldades enfrentadas pelos refugiados em parceria com empresas do setor privado. Nessa perspectiva, durante os intervalos televisivos devem ser exibidas entrevistas rápidas, periódicas e distintivas dos imigrantes contando suas experiências. Dessa forma, a população brasileira, aos poucos, criará empatia facilitando a integração desses na sociedade limitando a xenofobia a índices aceitáveis, visto que sua extinção não é possível.