Título da redação:

A liberdade reconstituída em tempos de guerra

Tema de redação: A saga dos refugiados: o caminho entre a fuga e a xenofobia.

Redação enviada em 13/09/2015

Segundo o escritor baiano Jorge Amado, a liberdade é como o sol: o bem mais precioso que existe. De fato, a liberdade é indispensável à sobrevivência humana. No entanto, nota-se, no contexto das atuais levas de refugiados humanos para a Europa, uma constante ameaça a suas vidas, ora pela perversidade social existente em seus países de origem ora pela permanência de sentimentos xenofóbicos e racistas por parte de países europeus. Na contemporaneidade, intensificaram-se as migrações humanas em busca de asilos em outros países. Trata-se de crianças, jovens, adultos que estão fugindo da guerra, do massacre, da ditadura, da perseguição política-étnica-religiosa, da instabilidade social e em busca da paz, da dignidade, da preservação da sua liberdade. São pessoas que estão arriscando constantemente suas vidas, em embarcações clandestinas na travessia do mar Mediterrâneo e/ou da região dos Bálcãs, na espera de serem aceitos em países europeus na condição de refugiados. No entanto, ainda encontra-se muito latente, em grande parte da sociedade europeia, o sentimento de xenofobia e o preconceito a imigrantes. Essa realidade encontra eco no passado, quando os europeus se auto intitularam uma raça superior e destruíram populações africanas e asiáticas inteiras em nome do imperialismo europeu do século XIX. Nesse sentido, em vista da permanência desses ideais de superioridade, acrescidas de ações xenofóbicas gritantes, muitas nações europeias, a exemplo da Inglaterra, continuam resistindo ferozmente à política de cotas para a recepção de refugiados, que em sua maioria são nigerianos e sírios, enquanto crianças como Aylan, menino encontrado morto na praia de Brodum, que não conheceram a liberdade, nascem na guerra e morrem em meio à esperança de encontrar a paz. Destarte, é chegado o momento das sociedades mundiais unirem suas forças na busca pelo maior respeito à causa dos atuais refugiados. Nesse contexto, torna-se importante o fortalecimento da ação de entidades como ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), como também promover pedidos e manifestações em favor da repressão aos racistas e militantes de direita para que seja efetivada a política de cotas para refugiados. Outra medida necessária é o patrocínio de países em transportes e viagens efetivamente seguras para as embarcações desses imigrantes. E quem sabe, cada família europeia ouvir o clamor do papa Francisco de acolher em seu lar pelo menos uma família de refugiados? Assim, eles terão seu bem precioso, a liberdade, reconstituído em tempos de guerra.