No seriado de televisão americana ‘Break Out Kings’, alguns presos trabalham com policiais ajudando a resolver crimes, pagando, assim, parte de suas despesas e diminuindo suas penas. Apesar de, fora das telas, uma parceria dessas parecer um tanto quanto irreal, o problema com as despesas que os presos dão ao Estado tem se tornado algo cada vez mais preocupante, seja pela grande população carcerária, seja pelos altos gastos com cada preso. Com a urbanização do Brasil no último século, o custo de vida aumentou exponencialmente e práticas ilegais tornaram-se gradativamente mais recorrentes. Assim, o sistema carcerário se mostrava inerente ao funcionamento da sociedade democrática. No entanto, o Brasil, com uma significativa população total, apresenta a terceira maior população carcerária do mundo. Desse modo, com aproximadamente 700 mil detentos, o sistema prisional do país, que nem se assemelha ao de países desenvolvidos, encontra maior dificuldades em promover a real reeducação e reinserção do indivíduo à sociedade. Ademais, o gasto mensal com os cárceres, que, de acordo com o site Politize, é em torno de R$2400,00, é irracional, visto que o país gasta cerca de sete centavos por merenda escolar com cada estudante do sistema público de ensino. Com base nos dados do IBGE, que afirmam que furto e tráfico juntos são a razão de 70% dos atuais presos do país, um paralelo pode ser formado entre a má distribuição de recursos, que não são devidamente destinados à educação, e, em um país com alto custo de vida, pode mudar o destino das pessoas e até incentivar o sobrecarregamento do sistema de cárcere. Logo, no fito de reorganizar melhor os gastos do Governo, o Ministério da Justiça em conjunto com o Ministério do Planejamento, devem inserir nos presídios do país o trabalho obrigatório, fazendo com que o preso aproveite seu tempo durante a privação de liberdade pagando suas despesas. Concomitantemente, o dinheiro arrecadado deve ser enviado ao Ministério da Educação, que o destinará para uma reforma no sistema de ensino vigente, visando melhores oportunidades para a população carente. Somente assim, a população carcerária do país poderá ser reduzida e os presos, assim como no seriado americano, poderão pagar suas despesas, não sobrecarregando o Estado.