Em uma sociedade brasileira marcada pelo machismo, o assédio, principalmente em relação às mulheres, ainda é considerado algo comum. Apesar de algumas pessoas lutarem contra essa situação, raros são os casos que receberam a sua devida atenção. Desse modo, devido a falta de discussão sobre esse tema, a maior parte das vítimas intimida-se e não denuncia essa impertinência sofrida. Primeiramente, deve-se notar que o assédio começa com uma cultura ensinada em casa, na qual os homens podem e devem expressar seus interesses por uma mulher como prova de auto-afirmação da sua masculinidade. Nesse contexto, quando a pessoa não consegue mais distinguir a ética de uma "cantada" de uma atitude em que tenta subjugar outro indivíduo ao seu interesse sexual, ela torna-se uma assediadora. Entretanto, independente de estar na Constituição que assédio é crime, por causa desse conservadorismo cultural, as mulheres, maiores vítimas dessa violência, são consideradas culpadas desses acontecimentos pela sociedade, portanto a grande parte dos casos são encerrados sem que haja uma punição do abusador, tal como o do homem que ejaculou no pescoço de uma mulher no interior de um ônibus em São Paulo e foi solto um dia após a sua prisão. Diante dessa impunidade, as vítimas passaram a aderir os meios de comunicação como recursos de combate ao assédio. As redes sociais tornaram-se canais de expressão com o objetivo de promover uma maior consciência a respeito desse assunto, criando-se campanhas como "Mexeu com uma, mexeu com todas". Um exemplo foi a mobilização realizada para dar suporte às 12 adolescentes assediadas pelo professor de física Rafael Santana, do colégio Amadeus, em Sergipe, no qual houve uma finalidade de que esse tópico não seja mais omitido do conhecimento popular, demonstrando que é necessário dialogar acerca disso. Baseado nos argumentos apresentados, verifica-se que o assédio tem que deixar de ser considerado um tabu na sociedade. Cabe ao Poder Executivo realizar campanhas na televisão e nas redes sociais, divulgando músicas que tratam do assédio como "Fiu-Fiu", de Paula Lima, e vídeos que mostrem que até pequenas ações, como forçar um beijo ou realizar comentários inadequados, podem fazer um mal enorme a qualquer vítima. Essa medida deve ser feita a fim de conscientizar a população de que todos merecem ser respeitados. Assim, uma nova cultura poderá ser formada, na qual tanto homens quanto mulheres poderão escolher seus parceiros sem inoportunidade.