Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Redação enviada em 03/11/2017

Segundo Simone de Beauvoir, cada um pode construir sua personalidade ao seu modo, sendo papel dos demais agentes sociais respeitá-la. Todavia, o conservadorismo e o paternalismo presentes na sociedade, fruto das heranças coloniais, trata o assédio como normalidade, o que o leva a patamares extremos como o a ocorrência de 17 mil feminicídios no Brasil, entre 2009 e 2011, de acordo com dados da campanha "Chega de Fiu Fiu". A recorrência do assédio, principalmente contra mulheres, é pautada na desigualdade de gênero enfrentada pela população feminina, isto é, o fato dessa parcela da população não ter os mesmos direitos que os homens, na prática, constrói no ideário desses últimos o pensamento de submissão do primeiro e sua posse sobre ele. Por conseguinte, consoante à Nadine Gasman "para os homens, os corpos e as vidas das mulheres são uma propriedade, está para ser olhada, tocada, estuprada.", tal afirmação é confirmada por, pelo menos, 85% das mulheres brasileiras que afirmaram já terem sido tocadas publicamente sem permissão em resposta fornecida a uma pesquisa peita pela campanha "Chega de Fiu Fiu". Ademais, essa perseguição está presente em todos os contextos sociais, tais como no transporte público, nas ruas, bares e baladas, ou ainda no trabalho, escola, faculdade e, até mesmo em casa. Logo, além de mostrar a tranquilidade do agressor em cometer o abuso, esse panorama ressalta também a sensação de impunidade do mesmo praticante perante a justiça. Desse modo, essa sensação é obtida através da falta de punição adequada ao infrator e lhe dá a chance de executar novamente o crime. Outrossim, da mesma maneira como ocorreu com o homem, em São Paulo, que ejaculou em uma passageira no ônibus e foi encaminhado à delegacia, contudo foi solto por ordem do juiz e, uma semana depois, voltou a cometer o mesmo ato. Haja vista tal conjuntura, o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Educação, deve introduzir o tema sobre igualdade de gênero nas escolas, por meio de debates mediados por professores e psicólogos e mediante atividades que incentivem a prática, como brincadeiras com times que misturem meninos e meninas. Além do mais, os Governos Estaduais, juntos com a Secretaria de Segurança Pública de cada estado, deve distribuir bases móveis pelas cidades, com policiais civis e guardas municipais, para receber denúncias e estarem mais próximos à sociedade e, desse modo, poder protegê-la.