O movimento feminista ao longo do século XIX e XX conseguiu importantes conquistas para as mulheres, a exemplo do direito ao voto e maior participação no mercado de trabalho. Todavia, no Brasil, esse avanço não ocorreu no tocante ao assédio sexual que começa a ser debatido, trazendo fatores positivos. Dentro eles está a maior visibilidade dada ao tema e sua desbanalização. O sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra "Raízes do Brasil", afirmava que a sociedade brasileira foi fundamentada no patriarcalismo. Dentro desse contexto, pode-se dizer que a mulher foi reduzida a objeto, devido a preponderância da figura masculina nas relações sociais. Por conseguinte, o assédio sexual foi banalizado, como atesta os dados da campanha Chega de Fiu Fiu que aponta que, aproximadamente, 85% das brasileiras já sofreram assédio e o debate atual acerca desse ato vergonhoso está ajudando a desnormatizar esse desvio de caráter, na medida que tenta romper com a ideia de mulher como objeto sexual. Somado a isso, o debate a respeito do assédio sexual dá mais visibilidade ao problema e alternativas para ação. Isso porque, com o tema ganhando espaço, a exemplo dos escândalos do ator José Mayer e do empresário Harvey Weinstein, ambos acusados de assédio sexual, a sociedade contextualiza a questão no cotidiano, apresentando formas de combate ao problema, uma vez que se une em torno desse propósito por meio de debates, ONG's e campanhas. Torna-se, portanto, evidente que o debate sobre o assédio sexual deve ser estimulado, bem como o combate à essa prática nefasta. Dessa forma, é necessário educar por meio da ação do Executivo Federal o qual deve lançar uma campanha publicitária na internet que vise denunciar o assédio, as formas de denúncia e as punições a fim de coibir esse crime. Ademais, deve-se recrudescer as leis por intermédio do Legislativo Federal aliado ao Ministério da Justiça que deve tornar inafiançável qualquer delito relacionado ao assédio sexual no intuito de desestimular esse ato lastimável.