Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Redação enviada em 22/10/2017

Esse ano, no Brasil, ocorreram alguns casos de assédios sexuais, em transporte público, que obtiveram grande repercussão midiática. O mais famoso dos casos aconteceu em São Paulo no mês de agosto, porém, o autor do crime, mesmo com o histórico de abusos em ônibus, não foi devidamente punido. Infelizmente, casos como esse não são incomuns, e, ao analisarmos essa conclusão, podemos indicar dois fatores que contribuem para esta grande frequência: As bases patriarcais da sociedade e a ineficiência jurídica para lidar com esses atos. Em primeiro plano, devemos salientar, com infelicidade, que a história da sociedade ocidental sempre subjugou a mulher, aliás, a sociedade atenienses, na Grécia Antiga, a qual fundou o termo democracia, não o estendia para o gênero feminino, pois, as pertencentes a esse gênero não eram consideradas cidadãs. Porém, a situação da fêmea piorou com o advento das religiões Abraâmicas (Judaísmo, Islamismo e Cristianismo), por conta delas, com seus livros sagrados, a figura feminina, ao longo do tempo, perdeu a autonomia até sobre seu corpo, que foi tido como algo profano. Podemos constatar isso nos versículos em deuteronômio, que é comum às três religiões, dizendo que a menstruação, algo natural do corpo feminino, é impura. Em outras palavras, seu corpo tornou-se domínio público, prova disso é o número exorbitante de mulheres tocadas sem permissão que, segundo a campanha “Chega de Fiu Fiu”, é de 85%. Em segundo Lugar, entra a ineficiência jurídica em lidar com casos de machismo e, notavelmente, esse fato é decorrência do primeiro supracitado. Por ter bases patriarcais, o sistema jurídico e legislativo brasileiro, composto em sua grande maioria por homens, tem leis que privilegia esse grupo social, ou seja, como efeito de causa e consequência, temos leis machistas devido ao país que também é machista. Em decorrência disso, situações como de abuso em transportes públicos, como o explanado no primeiro parágrafo, são comuns segundo dados do do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), em ônibus e metrôs. Em resumo, é evidente que o gênero feminino carece de políticas públicas para que tenha o mínimo de dignidade de vida, e é imprescindível que a mentalidade machista seja mudada. Para isso, o governo federal, articulado com o ministério da educação, deve inserir no currículo escolar conteúdos programáticos nas disciplinas de filosofia e sociologia, que construa no aluno um pensamento igualitário, e mostre para os homens que o corpo da mulher é dela, e cabe a ela decidir quem pode o tocar ou não, destarte, o indivíduo, desde a infância, aprenderá a respeitar o gênero feminino e sobretudo seu corpo. Quanto ao âmbito jurídico, cabe uma conexão do legislativo com o executivo para a instauração de cotas femininas nos cargos de juízas, deste modo, a inserção da ótica e vivência feminina lidará com a disparidade no julgamento nos casos de abuso. Por fim, ambas propostas, quando efetivadas, colaborarão para reversão desse miserável quadro social de subjugação feminina.