É indubitável que o assédio sexual está em ascensão no país. Uma pesquisa realizada em 2016 pela ActionAid, organização internacional de combate à pobreza, revelou que 86% das mulheres brasileiras já sofreram esse tipo de assédio. A mídia, através das propagandas de TV, especialmente as sobre cervejas, tem contribuído para perpetuação desse problema. Mulheres com corpos esbeltos são comparadas aos produtos vendidos como forma de marketing. Como consequência, nasce a objetificação da mulher, ou seja, seu corpo passa a ser mais importante que suas características pessoais. A fragilidade das leis brasileiras é outro ponto que merece atenção. A falta de punição mais severa para quem pratica o assédio contribui para que esse ato persista e gera uma sensação de impunidade por parte do Poder Público. Caso recente veiculado nas emissoras de televisão foi o de um rapaz que ejaculou em uma moça dentro do transporte público. O caso foi visto como crime para a maioria da população, porém o juiz que julgou o caso acabou não decretando a prisão do homem. Destarte, é preciso mudar esse estereótipo sobre o corpo feminino seja através da mídia, mostrando a real importância da mulher na sociedade, seja através de palestras nas escolas, pois conforme afirmou Nelson Mandela: “ A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Outrossim, o reforço do ordenamento jurídico brasileiro, estabelecendo penas mais pesadas para os assediadores, e a maior eficiência do poder judiciário para julgá-los são fatores essenciais para tentar reverter esse transtorno que assola grande parte das mulheres.