O assédio sexual se torna um contratempo caótico ao se agravar em proporções assustadoras no Brasil. A população se amedronta ao encarar o modo como as mulheres perdem sua segurança e direitos na sociedade. Diante desse cenário, algumas vertentes dessa problemática se sobressaem, como o conformismo perante o assédio, a disseminação da cultura machista e a desigualdade de gêneros. É indubitável que há uma estratificação social pautada no sexo dos indivíduos. Essa concepção se iniciou na antiguidade, onde mulheres não auferiam de autonomia e não podiam efetuar ofício algum e, além disso, deviam obediência aos seus maridos, em um estado de completa submissão. Outro exemplo disso, é a definição de “cidadão” em Esparta, em que somente os homens participavam politicamente, uma vez que mulheres e estrangeiros não possuíam quaisquer direitos. Logo, segundo George Santayna, “Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo.” e, vinculada a essa concepção, a comunidade segue tais ideais arcaicos. Nesse sentido, há também a perpetuação da cultura machista, que se expõe diariamente, seja por abordagens abusivas nas ruas, que suscitam o temor das mulheres e a privação da segurança delas ou até mesmo casos em que as vítimas são humilhadas em seus ofícios e, por conseguinte, são impedidas de realizá-los, ao se afligirem por tais situações ameaçadoras. Logo, cria-se uma cultura hierarquizada, pautada no medo do sexo feminino, onde 85% das mulheres já foram tocadas sem permissão, de acordo com a campanha “Chega de Fiu Fiu”. Não obstante, é importante ressaltar o conformismo com o qual a população trata esse infortúnio. Afinal, o assédio se tornou tão recorrente ao ponto de ser encarado como algo comum. Desse modo, a luta contra essa adversidade se dificulta, já que não há um forte apoio para as vítimas. Portanto, é necessário que a sociedade reconheça a gravidade desse crime e o repreenda, para que haja a devida dilapidação de conceitos machistas. Tendo tudo isso em mente, é vital a intervenção governamental, mediante o reforço das leis pautadas no assédio sexual e a aplicação de punições rigorosas para a transgressão dela. Além disso, é primordial que o Ministério da Educação forneça aulas e palestras expositivas, com o objetivo de lecionar os jovens acerca desse problema. Também se torna indispensável a dispersão, através da mídia, de informações e instruções sobre o assédio, com o objetivo de orientar as vítimas em relação aos artifícios que elas podem utilizar para lutar contra esse caos.