Título da redação:

Cantada não é elogio

Proposta: A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Redação enviada em 18/08/2018

Fernanda tinha 21 anos, quando, em seu primeiro emprego, começou a receber cantada e a ser submetida a toques pessoais indesejados por parte de seu chefe. Seu relato, feito anos após o ocorrido, evidencia um problema progressivamente evidente e que muitas vezes é visto como algo normal: o assédio sexual. Esse, trás prejuízos irreversíveis às vítimas e tem com principal incentivador a cultura do estupro. Muito além do ambiente de trabalho, o assédio sexual é responsável pelo constragimento de muitas pessoas em quaisquer lugares e situações. No Brasil, isso pode ser evidenciado por um pesquisa realizada pela superinteressante, a qual comprovou que 83% das mulheres brasileiras já sofreram algum tipo de assédio. Produto desse elevado índice de casos, tem-se os danos psicológicos, já que o trauma de ser submetida à uma situação desconfortável faz com que muitas vítimas passem a ter medo, de modo a modificarem suas rotinas para não passarem novamente pela situação. Ademais, muitas vezes, por conta do medo de serem demitidas ao denunciarem abuso no trabalho, em vários casosa as vítimas não denunciam os agressores, culpando a si mesmas por terem se colocado em determinada situação. O filósofo George Sanayama citou a mídia como o argumento moderno, de modo à ter o poder de mostrar algo ruim como o melhor a ser feito. Diante dessa afirmação, é possível entender que através da influência que ela exerce na vida das pessoas, ao propagar a cultura do estupro, torna-se a principal incentivadora do assédio sexual. Através de comerciais de cerveja que falam para mulher deixar o não em casa, ou cenas de novela nas quais um cena de estupro é romantizada, os orgão midiáticos difundem a imagem da mulher como um objeto, sem opinião e subjugada à vontade dos homens. Consequentemente, elas passam a ser tratadas como tal, de modo que o agressor se vê no direito de tocar e refirir-se às vítimas do modo que melhor entender. Em síntese, o assédio sexual trás prejuízos à vida das vítimas e tem como grande incentivador a cultura do estupro. Diante disso, é necessário que Câmara dos Deputados torne a Lei, que pune o assédio sexual, mais rigorosa, de modo a abranger os critérios de classificação do agressor, e punir qualquer pessoa que haja de modo inapropriado, constrangendo a vítima. Ademais, a lei também deve censurar qualquer insinuação midiática que seja identificada como propagadora da cultura de estupro. Só assim o assédio sexual passará a ser visto como um crime e a mulher deixará de ser vista como um objeto.