Durante gerações, o assédio sexual é propagado e silenciado, de forma que diversas mulheres, principalmente, não reconheçam se são vítimas. Contudo, com a popularização de redes sociais e o amplo fluxo de informações, há o aparecimento de um olhar mais crítico acerca do assunto, que se utiliza desde fatos do cotidiano a obras clássicas para gerar debate e melhoras na sociedade. Em "Lolita", livro de Vladimir Nabokov, do começo do século XX, o desejo do protagonista, um adulto, por Dolores, de 12 anos, é quase naturalizado. De forma análoga, no Brasil, há famílias que aceitam e incentivam o casamento de meninas com homens adultos, costume que se perpetuou ao longo dos séculos. O assédio sexual pode acontecer no "privado", como na obra, ou no público, de maneira frequente, o que aponta a necessidade do debate em escolas, universidades e na mídia. Além disso, como é mostrado no documentário norte-americano "Audrie & Daisy", mesmo se apresentadas provas e o testemunho das vítimas de abuso sexual, os agressores podem ser inocentados das acusações. Devido à mentalidade tradicional do Brasil, baseada no abuso e assédio sexual de escravas no período colonial, na pequena presença de educação feminina e no incentivo a casamento forçados, tal situação igualmente acontece, o que mostra a necessidade da adesão de novos recursos de identificação dos criminosos e sua efetiva prisão. É notável, portanto, a importância deste debate para a sociedade. O MEC deve, juntamente com a mídia, investir em propagandas que abordem o assunto, tal como postagens em redes sociais ou por emissão televisiva, para naturalizar o tema no cotidiano dos brasileiros, ao ponto de grupos de pais mais tradicionais poderem, aos poucos, aceitar e incentivar a educação sexual nas escolas. Com apoio do governo e da família, a temática será amenizada.