As ações da sociedade são fruto de sua constituição histórica que tem como característica o machismo, o patriarcalismo e o desrespeito com a figura da mulher. Como nós, indivíduos, podemos confirmar essa tese? Basta uma análise coerente dos números de casos de assédio sofridos no Brasil nos últimos anos. Assim, será possível destacar o ambiente inseguro e desencorajador nos quais mulheres enfrentam todos os dias. “A Índia é aqui”, disse a promotora pública Sílvia Charkian. A comparação cria um alerta da atual situação vivida no país, visto que a Índia é conhecida pelos seus altos índices de casos de assédio sexual. No Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é violentada, isso só contando as situações denunciadas. Outro importante fator para o entendimento da presente conjuntura está ligado aos ideais de impunidade, desigualdade de gênero e das convenções sociais arcaicas em que a sociedade encontra-se inserida. Portanto, isso deve-se a um certo apadrinhamento dos “atores” que deveriam protegê-las com os responsáveis pelo assédio motivados pela cultura machista e covarde dos homens. Desse modo é possível destacar que o problema dos casos de assédios contra mulheres estão diretamente ligadas as tradições sociais e a impunidade. Por isso é necessário que o Estado, por meio do Ministério da Justiça, reforce os projetos de denúncia contra casos de assédio, como as delegacias especializadas e o disque denúncia, e diminua a participação de homens no processo de investigação visto que existe uma tendência de “defesa da classe”. Também é necessário uma ação conjunta entre o Governo, família e instituições de ensino para que busquem por meio de propagandas, diálogo e palestras a propagação de ideais de respeito com as mulheres demonstrando o seu valor inestimável, pois é preciso que nós, sociedade, evitemos que a situação no país iguale-se a da Índia.