É possível afirmar que o assédio sexual, não só no Brasil, mas ao redor de todo o globo, é um problema estrutural, visto que, a incidência deste tipo de violência não é rara, assim como a justificação do crime, apoiada em condutas da vítima, também não. Uma vez que o índica de assédios sexuais não é composto por casos isolados, mas sim por eventos cotidianos, e apresenta vítimas específicas em locais variados, fica clara a fonte estrutural deste problema, sendo possível enxergar a fragilização da mulher em relação ao crime. É o que demonstra uma estatística divulgada pela ONU, que afirma que uma em cada cinco mulheres, foi, ou será, vítima de assédio sexual. E mesmo considerando que esta forma de abuso atinja ambos os sexos (23% homens e 43% mulheres), em praticamente todos os casos, segundo o mesmo índice, o autor é um homem. Somado á isto, é possível enxergar um aspecto comum entre as opiniões de terceiros, principalmente homens, sobre casos de assédio sexual contra mulheres. A culpa cai, total ou parcialmente, sobre a vítima. É o que aponta uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que diz que mais de 30% dos brasileiros, justifica o abuso sexual em ações e comportamentos da vítima. Além do índice, é possível citar o caso do delegado afastado do caso de uma menina estuprada por trinta homens no Rio de Janeiro, em 2016, por fazer perguntas à vítima que, cobravam, de suas atitudes, uma justificativa ao crime. Assim, é possível traçar a raiz do problema às instituições sociais, que formam cidadãos para serem praticantes e vítimas do crime em questão, além de trata-lo como comum, apesar de não concordarem com sua prática. Já que foi ensinado, este pensamento coletivo pode ser mudado através da educação de crianças e jovens contra este crime, pois de acordo com Nelson Mandela, a educação é a maior arma para mudar o mundo