A relevância de uma infância saudável na formação do cidadão brasileiro é uma temática muito discutida entre os sociólogos. Isso deve ser evidenciado, analisado e defendido, uma vez que são nos primeiros anos de vida que se constroem bases sólidas para a formação de indivíduos conscientes de seus direitos e deveres. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o descaso da educação básica e a urgência em efetivar o ordenamento jurídico. Em um primeiro viés, cabe ressaltar que, em harmonia com o pensamento de Platão, o importante não é só viver, mas viver bem. Todavia, hodiernamente, a educação básica, que tem como objetivo garantir o pleno desenvolvimento da primeira infância, representa um desafio ao bem-estar da sociedade, tendo em vista as péssimas condições das escolas e a desvalorização dos professores. Esse cenário se deve, principalmente, ao fato do Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), estar entre os países que menos gastam com o ensino fundamental. Desse modo, evidenciar e defender a relevância de uma infância saudável na formação do cidadão brasileiro é imprescindível para mudar o cenário apresentado e, assim, formar adultos com maior qualidade de vida. Outrossim, é válido ressaltar que, de acordo com a Carta Magna de 1988 em seu artigo 226, é dever do estado assegurar saúde, alimentação e dignidade para todas as crianças e adolescentes. No entanto, decorrido 30 anos do texto normativo, percebe-se uma conduta irresponsável por parte dos executores da lei, na medida em que são recorrentes as notícias de falta de merenda escolar e desvios de verbas da saúde. Desse modo, expor medidas que visem a efetivar o ordenamento jurídico é necessário para transformar a realidade vigente e consagrar o desejo do legislador, o qual positivou a vontade popular. Diante do exposto, infere-se, portanto, que ainda há inúmeros entraves para garantir a solidificação de um mundo melhor. Destarte, é mister que o Governo Federal, por meio do MEC que é o responsável por traçar as diretrizes da educação brasileira, amplie o orçamento destinado ao ensino fundamental e básico com o intuito não só de construir e equipar as escolas, mas também pagar um salário digno aos professores que são fundamentais para melhorar a qualidade do ensino.