Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. Entretanto, ao se analisar a formação dos cidadãos brasileiros, a partir de uma infância saudável, verifica-se eu esse ideal é constatado na teoria e não desejavelmente na prática e a problemática persiste intrinsecamente ligada a realidade do país. Nesse sentido, convém refletir sobre as principais causas, consequências e possíveis soluções para esse impasse. Primordialmente, é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas o imbróglio. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja estabelecido na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que a displicência para com as leis rompe com essa harmonia, haja visto que a fase infantil de muitos é prejudicada em virtude de irregularidades jurisprudenciais. Nesse âmbito, é válido mencionar o artigo 6º da Constituição Federal de 88, que assegura como alguns dos direitos sociais o da educação, saúde e moradia. Contudo, essa norma aparenta estar apenas no papel diante do volumoso número de crianças moradoras de rua e que não tem acesso às escolas, de acordo com um estudo feito por Organizações não Governamentais, em 2017. Outrossim, destaca-se a falta de sociabilização como decorrência da adversidade. De acordo com Durkheim, o fato social é uma maneira de pensar e agir dotada de generalidade, coercibilidade e exterioridade. De maneira a estabelecer divergências com o pensamento do filósofo, uma meninice debilitada gera adultos estressados, mal-humorados, individualistas, que não interagem com os demais à sua volta e, consequentemente, não colaboradores com o bem-estar social. Essa conjuntura contribui com o surgimento de depressões, síndromes, dentre outros efeitos pejorativos. Tendo em vista os argumentos supracitados, observa-se que a puerícia frágil acarreta malefícios, cabendo a coletividade buscar formas de mitigá-la. Desse modo, é notório que um olhar mais atento se faz necessário perante o período da pequenez. Portanto, cabe aos Poderes Legislativos e Executivos, por meio de reuniões com civis e os ministérios que compõem a governabilidade do país, em câmaras municipais e/ou plenários, promover uma fiscalização mais rigorosa do cumprimento das leis, objetivando a seguridade plena dos direitos básicos, dando enfoque aos destinados às crianças, constatados na Carta Magna. Concerne às famílias, mediante uma boa educação dialética, construir um ambiente social em que os bambinos possam se desenvolver de maneira confortável e, assim posto, formarem jovens que saibam sociabilizar com o tecido social. Destarte, será possível a formação de uma nação na qual a meninice seja sadia, de modo que se desenhe um futuro melhor.