De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ter uma infância saudável é primordial para a formação do indivíduo e deve ser assegurado pelo Estado. Entretanto, a negligência estatal com o infanto brasileiro demonstra que esse documento não é muito valorizado. Dessa forma, é necessário pontuar uma causa e uma consequência dessa problemática para a formação do cidadão brasileiro. Em primeiro plano, é vital evidenciar como o cenário da educação pública brasileira motiva o mal desenvolvimento infantil sadio. Infraestrutura precária, falta de professores e ausência de materiais didáticos são alguns dos principais motivadores para essa mazela, visto que uma educação de qualidade não se faz presente. Nesse contexto, sem condições de oferecer o que o jovem precisa, como cultura, formação cidadã e socialização entre outros alunos, muitos são o que acabam por ter uma formação defeituosa quando adultos. Tal fato vai em total desacordo com o pensamento do filósofo Pitágoras, o qual afirma: eduquem as crianças para que não seja necessário punir os adultos. Outrossim, um efeito observável de uma infância problemática para a formação do indivíduo brasileiro é a adesão de muitos conterrâneos ao crime. Com poucos valores acumulados durante a fase mais jovem da vida, muitos entendem como correto e cabível apelar à vida fora da lei, seja pela alta de alternativas, facilidade do dinheiro ou até mesmo identificação com a figura por ser bastante presente na comunidade em que vive. Desse modo, tragicamente, diversos são os que morrem em combate por adentrar nesse mundo. Urge, portante, que ações sejam tomadas para que o pensamento do filósofo Pitágoras concretize-se. O Estado deve alocar uma maior quantidade de verbas e atenção à educação pública, por meio de um aumento da porcentagem usada do PIB, para 10%, além de entregar o cargo de Ministro da Educação para alguém mais qualificado, tal como o professor Leandro Karnal. Com isso, espera-se que a quantidade de crianças que tenham uma infância sadia.