Desde a Antiguidade Clássica, os atos de violência eram veiculados às manifestações de imposição e de poder. Diante desse cenário, os jogos entre gladiadores que lutavam no Coliseu, em Roma, sucediam ao público a afeição à brutalidade, especialmente às crianças. Após milhares de anos, a necessidade de se preservar a inocência infantil, diante do crescente retrocesso social do país, tornou-se crucial para a formação cidadã, ao passo que, para a efetivação da democracia de direito, é necessário que se forme indivíduos esclarecidos quanto à instável situação cultural e política brasileira e, para esse fim, é necessário que os pais reconheçam a influência que exercem sobre os pequenos e protejam suas virtudes infindavelmente. Convém ressaltar, a princípio, que a crescente banalização dos vínculos familiares é um fator determinante para a instabilidade das relações interpessoais, como defendido por Bauman. Ademais, a má formação socioeducacional propicia o rompimento da puerícia e a abertura para a exploração infantil. Nessa perspectiva, a obrigação posta por familiares quanto à essencialidade de se ajudar na receita do lar faz com que a dinâmica das brincadeiras, que permitem o florescimento psíquico das crianças, seja substituído por pregos e martelos que, como retratado pelo filósofo francês Schopenhauer, dificulta uma ampla visão do mundo que o cerca que, presumivelmente, em um futuro próximo, os aproximarão da violência, o que é intrinsecamente próximo à carência de uma infância saudável. Outrossim, o tácito infantil para com os abusos os quais são submetidos exacerba o distanciamento quanto aos seus direitos previstos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Um dos casos de repercussão mundial envolveu o cantor Michael Jackson e os seus filhos. O referido artista declarou publicamente suas pretensões ruins com as crianças e, mesmo assim, não foi responsabilizado criminalmente, o que serviu de alicerce para pedófilos em outros países, inclusive o Brasil. Posto isso, evidencia-se que a falta de uma legislação mais rigorosa suscita crimes contra os pequenos, o que, por muitas vezes, reflete negativamente na vida adulta, uma vez que tais acontecimento as traumatizam e fomentam o sentimento de injúria. Dessa forma, é necessário que o Governo Federal, especialmente o Ministério da Educação, adote medidas para assegurar o bem-estar de meninos e meninas. Urge-se, portanto, que palestras, ministradas por professores capacitados, sejam desenvolvidas nas escolas para orientar, didaticamente, as crianças a denunciarem possíveis casos de abusos de vulneráveis. Além disso, é importante que a Esfera Legislativa sancione leis que sejam aplicadas, no exercício do poder da polícia, àqueles que não respeitam a ingenuidade dos pequenos. Assim, todos os cidadãos brasileiros tornar-se-ão membros do Estado Democrático de Direito.