Em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o narrador-personagem, Brás Cubas, conta como a relação com seus pais, quando criança, influenciou a formação de seu caráter. É sabido atualmente que uma infância saudável (fisicamente e psicologicamente) pode determinar, inclusive, a postura do indivíduo como cidadão. É preciso, portanto, que o Estado zele pela saúde de suas crianças. Uma pesquisa recente do DataFolha atesta que cerca de 50% dos encarcerados sofreram algum tipo de abuso parental, quando eram menores de idade. Essa realidade exemplifica a ligação estreita entre a saúde dentro do convívio familiar e a criminalidade, cada vez mais crescente no Brasil, segundo dados de 2018 do IBGE. Por isso, todo governo democrático deve buscar a proteção e o cuidado para com a parcela da população entre 0 e 17 anos, pois, desse modo, consegue-se cidadãos corretos. Sabe-se, inclusive, que uma infância saudável influencia o progresso econômico de um país. James Heckman, ganhador do prêmio Nobel de economia, afirma que a importância dada aos investimentos públicos na primeira infância determina a redução do déficit financeiro de uma nação. Isso é um fato que beneficia não só o indivíduo (que terá uma vida profissional mais promissora), mas também a comunidade na qual está inserido, pois esta colherá os frutos de uma sociedade honesta e bem-sucedida. Cabe, logo, ao Governo Federal a amenização desse problema. Por meio de cartilhas e palestras educativas em escolas públicas e privadas, o Ministério da Educação deve reforçar a importância da defesa de uma infância saudável, a fim de que a população entenda a relevância desse tema e também denuncie casos de abusos infantis. Desse modo, consegue-se um país melhor.