Segundo Immanuel Kant, filósofo iluminista, a ideia de maioridade está associada à capacidade do indivíduo de estabelecer um pensamento próprio e alcançar autonomia intelectual. Desse modo, a saída do estágio de menoridade depende de um desenvolvimento cognitivo e psicológico estimulados, principalmente, por meio da educação e da racionalidade. Entretanto, a negligência no cenário educacional infantil brasileiro resulta na formação de crianças com uma frágil evolução racional, contribuindo para edificação de uma sociedade alienada e sem senso crítico, impossibilitando, por conseguinte, o progresso do país. De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, os primeiros anos de vida são fundamentais para a construção dos alicerces da personalidade e do conhecimento. O desenvolvimento da autonomia faz com que a criança torne-se crítica, criativa e questionadora, podendo, assim, interferir no meio em que vive. Dessa forma, evidencia-se o papel indispensável da Educação Infantil para o avanço cognitivo da criança e estabelecimento das bases de seu caráter, uma vez que o ambiente escolar é um local propício para socialização e aprendizado. Neste os infantes aprenderão, por meio de atividades lúdicas, sobre ética e cidadania, culminando na criação de laços afetivos que trarão resultados efetivos para toda vida do indivíduo. Outrossim, a Organização Mundial da Saúde afirma que, além das atividades acadêmicas e cursos extraescolares, o lazer é primordial para criança reconhecer o mundo e conhecer a si mesma. Assim, brincar e jogar são imprescindíveis para saúde física, mental e emocional do infante. Por meio destes, a criança desenvolve a linguagem, a autoestima e a socialização, enriquecendo seu intelectual e preparando-as para inserção ativa na sociedade. Dessarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para fortificar a educação infantil. O Ministério da Educação deve investir as verbas destinadas à educação pública em projetos que promovam, por meio de atividades lúdicas, a socialização das crianças no ambiente escolar, visando estabelecer um convívio harmonioso dentro da comunidade acadêmica e instaurar no psicológico infantil as bases da cidadania, como respeito e coletividade, levando à formação de cidadãos ativos. Logo, a sociedade brasileira deixará a menoridade e assumirá uma posturá crítica perante sua realidade.