A Constituição Federal de 1988 — norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro — assegura a proteção e assistência à criança e ao adolescente. Entretanto, os frequentes casos de violência e descaso com esses indivíduos impossibilita que todos experimentem, na prática, esse direito. Nesse sentido, convém analisarmos alguns fatores que impedem a efetivação de uma infância saudável. Em primeiro plano, cabe pontuar que os traumas adquiridos na infância, muitas vezes, acompanham a criança por toda a sua vida. A esse respeito, o economista americano Norbert Schady, defende que o que ocorre na primeira infância determina tudo o que ocorre depois. Dessa forma, evidencia-se a relevância desse importante período em nossos dias e como as crianças e adolescentes inseridos em ambientes precários e violentos estão sujeitos a terem prejuízos permanentes em suas vidas. Vale ressaltar, também, que a violência não é a única causadora de danos, a falta de atenção dos pais dada aos filhos tem o potencial de gerar problemas emocionais e comportamentais. Esse comportamento parental já levou muitos pequenos a tomarem uma decisão, como ocorreu na Alemanha, onde várias crianças foram às ruas em protesto contra o uso excessivo dos celulares pelos pais. Desse modo, é fundamental que mudanças sejam feitas nesse cenário. Urge, portanto, que a infância não seja negligenciada, assim como prevê a Constituição Federal. Para isso, o Governo deve, em parceria com as escolas, promover palestras que orientem esses indivíduos para que identifiquem os diversos tipos de abusos. Essa iniciativa teria como finalidade o aumento de denúncias contra os crimes praticados com essas pessoas. Somado a isso, campanhas midiáticas que apresentem a importância da presença dos pais nesse período. Logo, com essas medidas, espera-se a atenuação dessa problemática.