De acordo com dados da agência Hello Research, 62% dos brasileiros não demonstram interesse por política. Estatísticas alarmantes, pois,tendo como base o filósofo Platão, o preço pago pela omissão na política é ser governado por quem não o representa algo que, hoje, podemos observar pelo inúmeros casos de desvios de verbas públicas. Nesse sentindo, é mister analisar alguns dos fatores que propiciam a instauração desse desinteresse com o objetivo de combater seus efeitos. Em primeiro plano, é fundamental pontuar que por o sistema democrático, experimentado de forma mais plena após a Ditadura Militar no meio da década de 80, o brasileiro não está habituado a ele. Nesse viés, por ter passado por longos períodos em que as decisões políticas estavam centradas em poucas mãos,como no Brasil Império, a população não despertou, ainda, para seus direitos políticos. Desse modo, seguindo as características do "Homem Cordial" conceituado por Sérgio Buarque de Holanda, os ocupantes de cargos públicos fazem uso do poder a eles investidos para fazer prevalecer seus interesses privados, tendo como fator facilitador a omissão popular. Além disso, é importante ressaltar, também, que segundo Max Weber, as instituições são um reflexo direto das consciências individuais. Nessa perspectiva, as práticas eleitorais da população, tais como votar em um amigo sem nem mesmo analisar suas propostas e até mesmo usar o voto como moeda de troca, têm sua projeção em escala nacional à medida que assistimos a casos de desvios de verbas ou na aprovação de propostas impopulares pelos congressistas. Desse modo, fica claro muitas das mazelas políticas existentes hoje têm como causa o descaso popular. Assim, portanto, fica é evidente que é essencial desenvolver medidas que busquem atenuar as consequências da problemática discutida. Segundo Durkheim, o indivíduo só poderá agir na medida em que conhecer o contexto em que está inserido. Destarte, é necessário que o Ministério da Educação implante na grade curricular aulas que busquem inserir nos alunos conhecimentos relacionados à política, por meio de aulas temáticas, discussões e o estímulo ao pensamento crítico. Ademais, as ONGs devem buscar levar a informação acerca de candidatos que procuram se eleger e os que já estão em posse do cargo, com o fim de possibilitar a eleição de candidatos idôneos e fomentar a prática de denúncias. Logo, paulatinamente, os brasileiros irão fazer uso, de forma mais satisfatória, dos seus direitos.