''Nas favelas,no Senado sujeira pra todo lado, ninguém respeita a constituição mas todos acreditam no futuro da nação, que país é esse?''. Tal fragmento da música do grupo Legião Urbana, retrata uma ácida crítica diretamente a política vigente e mostra o descontentamento vivido pela população no período militar. Análogo a isso, recentemente no Brasil tem eclodido uma onda de protestos que aflorou uma certa consciência política cidadã. Urge, manter tal ativismo não somente em tempos de crise mas como forma de exercer a plena cidadania. Em primeira análise, é válido ressaltar que essa compreensão política deriva de um campo educacional bem atuante. Isso se deve ao fato de que a educação é um ato que visa não apenas desenvolver habilidades nos indivíduos mas deve estimular a cidadania e a tomada de consciência política, bem como propôs Paulo Freire: ''Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco, a sociedade muda''. Prova disso, foram os chamados ''Caras pintadas''composto pelo movimento estudantil brasileiro em 1992 que teve como objetivo principal o impeachment do presidente Fernando Collor. Logo, a educação que visa a politização torna-se fundamental ao processo de transformação sócio-política. Sob outro aspecto, a continuidade desse ativismo sócio-político muitas vezes não é exercida. Uma vez que, a luta pelos direitos passa despercebida por uma parcela da sociedade. Reflexo disso, uma pesquisa do Data Senado revelou que poucos conhecem realmente a Constituição brasileira, apenas 7,8% revelaram não ter conhecimento nenhum, sendo essa a principal lei do país que diz respeito aos direitos de todo cidadão. Nesse sentido, quem domina maior conhecimento, por sua vez também tem os instrumentos que permitem conhecer seus direitos e lutar por eles. Depreende-se, portanto, a conscientização política depende de outras ferramentas para a sua concretização e aperfeiçoamento. Para isso, as instituições educacionais devem promover projetos de educação política com temas de consciência e participação política dos cidadãos, a fim de que seja estimulada desde cedo. A família por sua vez, pode inserir os jovens á amadurecerem na prática cidadã gerindo-os através da leitura como forma de desenvolvimento humano e intelectual não ficando a mercê apenas de tecnologia que costumam acomodar os jovens. Assim, será possível um ideal político de consciência cidadã.